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A Revolução das Cidades – Solução em duas rodas

Elas guardam os grandes problemas da nossa época. Mas também apresentam as soluções. Descubra os projetos que estão construindo as metrópoles do futuro

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 19h07 - Publicado em 21 jan 2013, 22h00

Luiz Romero

Solução em duas rodas
Onipresentes no norte da Europa, elas já começaram a mudar hábitos nas capitais brasileiras. Entenda a revolução das bicicletas

As bicicletas representam uma revolução no jeito de andar pela cidade. Elas solucionaram o trânsito diário de metrópoles dos quatro cantos do planeta. E não estamos falando de passeios no parque. Na Holanda, 45% dos trabalhadores usam este meio para ir trabalhar. O mesmo vale para as crianças na hora de ir para a escola: metade vai pedalando. Em Copenhagen, na Dinamarca, é a mesma coisa. E sete em cada dez habitantes da cidade pelo menos passeiam de bicicleta uma vez por semana.

Mas como estes lugares conseguiram pedalar tão longe? Primeiro, eles contam com políticas públicas que incentivam o uso das bicicletas. Os ciclistas de Paris, por exemplo, têm à disposição uma frota de 20 mil bicicletas espalhadas em 1,8 mil pontos de aluguel pela cidade – daqueles em que você pega a bicicleta num ponto e pode devolvê-la em qualquer outro. A cada 300 metros, os parisienses (e milhões de turistas) encontram uma central dessas. Ou seja: está tão fácil encontrar bicicletas de aluguel em Paris quanto achar estações de metrô (que por lá brotam do chão a cada três, quatro quarteirões). Chamado de Vélib¿, o projeto que disponibiliza as magrelas começou em 2007. Desde então, foram 131 milhões de viagens, e o número de ciclistas aumentou em 41%. Hoje, o programa serve como exemplo para outras cidades e afirma de forma clara: coloque as bicicletas à disposição do público, e as pessoas começam a usá-las.

Existe ainda outro ponto importante nesta mudança de comportamento. Não basta o meio de transporte, os ciclistas precisam de lugares para pedalar. Novamente, os europeus são especialistas no assunto. Amsterdã conta com 400 km de ciclovias. No Brasil, o cenário ainda está longe de ser perfeito. Parece que estamos perto do ideal quando vemos que o Rio de Janeiro tem 290 km de ciclovias. Mas os números enganam: a capital carioca é enorme, tem 1 260 km², enquanto a pequena cidade da Holanda mede 166 km² (excluindo o pedaço ocupado por canais). Ainda falta muito. Mas já demos as primeiras pedaladas.

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Há três anos, São Paulo contava com apenas 5 km de ciclofaixas. Os caminhos fizeram sucesso, chegando a atrair 100 mil pessoas aos domingos (um número marcante para uma capital viciada em carros). E hoje os pedaços de chão reservado às bicicletas alcançam 108 km. Apesar de ainda não serem usadas no dia a dia (elas abrem apenas aos domingos e feriados), as ciclofaixas realizam uma missão importante: acostumam os paulistanos a pedalar e a conviver com o espaço dos ciclistas.

Ainda temos de pedalar muito para alcançar os europeus. Mas, com iniciativas como a ciclofaixa, o caminho para uma cidade de ciclistas parece estar mais curto. No futuro, os paulistanos ainda poderão dizer, como os habitantes de Amsterdã podem, que vivem numa cidade que tem mais bicicletas do que moradores. E, lembrando o Hidroanel, menos trânsito do que canais.

O FIM DO TRÂNSITO
O cenário não tem carros, mas conta com sinalização e estacionamentos (além de algumas bicicletas elétricas).

1. E os carros?
Reparou que não mostramos carros nesta cena? Existe um motivo: muitas das rotas na cidade são exclusivas para ciclistas, passando por caminhos inacessíveis para os automóveis. A política resultou numa marca histórica: entre 2005 e 2007, os habitantes da cidade passaram a usar mais bicicletas do que carros.

2. Aluguel no Brasil
A cidade do Rio de Janeiro foi pioneira ao fornecer bicicletas para a população alugar, em outubro de 2011. Hoje, são 600 bicicletas e 116 mil usuários cadastrados. A ideia chegou a São Paulo em abril deste ano. Desde então, foram 43 mil usuários na capital, onde o sistema observa recordes de utilização a cada final de semana. Outras cidades também investem na ideia, como João Pessoa e Porto Alegre.

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3. Engenharia de tráfego
Além de continuar construindo ciclovias, o governo da Holanda equipa aquelas que já existem. E isso acontece, por exemplo, com faróis sincronizados de modo que o ciclista consiga pegar quilômetros seguidos sem parar (como já acontece em avenidas para carros, inclusive no Brasil). Em suma: é usar engenharia de tráfego não só para os motoristas.

4. Versões elétricas
As bicicletas elétricas estão bombando. Neste ano, foram 30 milhões de unidades vendidas. E a previsão é que este número dobre até o final da década. Em cidades cheias de subida, elas podem ser a melhor solução.

GLOSSÁRIO
Ciclovia: Uma via permanente só para bicicletas, geralmente montadas entre a rua e a calçada.

Ciclofaixa: Quando uma das faixas de uma avenida fica reservada só para os ciclistas. Algumas são definitivas, mas a maior parte é temporária – elas só funcionam aos domingos e feriados.

Ciclorrota: Circuitos “amigáveis” para bicicletas – com poucas subidas e menos trânsito. A prefeitura faz o estudo e demarca os caminhos, mas não instala vias exclusivas. São Paulo, por exemplo, tem quatro dessas.

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Leia também:
A Revolução das Cidades – Hidroanel de São Paulo
A Revolução das Cidades – Energia esperta
A Revolução das Cidades – Da terra aos telhados

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