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Anemia é “remédio” contra malária na África, indica estudo

Parece um ciclo trágico, não? Pois é...

Por Vanessa Barbosa, de Exame.com
Atualizado em 11 mar 2024, 13h24 - Publicado em 9 jan 2017, 12h43

De vez em quando, os cientistas fazem descobertas que deixam a gente sem saber se chora ou comemora. Eis que pesquisadores americanos acabam de provar que a anemia por deficiência de ferro ajuda a proteger as crianças africanas de outro problema grave de saúde, a malária.

A falta de ferro é a deficiência nutricional mais comum no mundo e causa consequências adversas a longo prazo. No entanto, no meio médico, há preocupações quanto à segurança dos suplementos de ferro, em particular para as crianças em países com endemia de malária, que não têm acesso adequado aos serviços de saúde.

Os pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte (UNC, na sigla em inglês) em Chapel Hill provaram que essas preocupações são válidas após
a descoberta de que a anemia, na verdade, protege as crianças contra a fase sanguínea da malária, quando surgem os sintomas da doença, e que o
tratamento da anemia com suplementação de ferro remove esse efeito protetor.

Os resultados da pesquisa, financiada pela Fundação Bill e Melinda Gates, foram publicados no periódico científico EBioMedicine. Os pesquisadores da UNC, juntamente com colegas da Unidade do Conselho de Pesquisa Médica da Gâmbia, na África e da London School of Hygiene & Tropical Medicine, estudaram os glóbulos vermelhos de 135 crianças anêmicas com idades entre 6 e 24 meses em uma área endêmica de malária na
Gâmbia.

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A escolha da região também se deu pela alta incidência de anemia falciforme, doença que não deriva de carência nutricional mas de um problema genético, em que o corpo produz glóbulos vermelhos de formato anormal, e que é comumente observada em pessoas afrodescendentes.

Estudos anteriores mostraram um efeito protetor da malária em crianças com o traço falciforme. No entanto, na nova análise, os pesquisadores descobriram que, em toda a população, a anemia reduziu o estágio sanguíneo da malária em 16%, enquanto o traço falciforme apenas o reduziu em 4%.

Para a análise, as crianças avaliadas receberam ferro através de micronutrientes em pó durante 84 dias como parte de um ensaio de suplementação. As células vermelhas dos sangues foram analisadas em dois momentos distintos. Os déficits na invasão e crescimento dos parasitas da malária foram invertidos quando as crianças anêmicas receberam sete semanas de suplementação de ferro.

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Segundo um trabalho prévio da mesma equipe de pesquisa, o aumento da invasão e das taxas de crescimento após a suplementação de ferro é causado pela forte preferência dos parasitas por glóbulos vermelhos jovens.

“Nossa constatação de que a anemia oferece maior proteção natural contra a infecção no estágio sanguíneo do que o traço falciforme nos levou a
formular a interessante hipótese de que a prevalência generalizada de anemia em pessoas de ascendência africana é uma assinatura genética da
malária”, disse Morgan Goheen , Ph.D., autor principal do estudo, em comunicado da UNC.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Exame.com.

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