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O caminho do som, aparelho auditório

Para você perceber os ruídos do mundo, a natureza desenvolveu uma obra-prima de engenharia: o aparelho auditório.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h37 - Publicado em 31 jul 1998, 22h00

Lívia Lisbôa

Pergunte a um amigo que horas são agora. Por mais imediata que seja a resposta, ela terá demorado uma eternidade diante dos milésimos de segundo que a pergunta levou para chegar ao cérebro dele. Para que as palavras sejam entendidas, o som faz uma incrível viagem por dentro do órgão da audição: o ouvido. No caminho, ele troca várias vezes de “condução”. Até a porta de entrada do aparelho auditório, o ouvido externo, o som se desloca pelo ar. No ouvido médio, que começa no tímpano, as vibrações fazem tremer três ossinhos, conectados entre si. Finalmente, no ouvido interno, as ondas sonoras passam a se propagar em um ambiente líquido. Entram na cóclea, a estrutura em forma de caracol onde se situam as células receptoras de som. Lá, o som se transforma em sinais elétricos que são enviados pelo nervo auditivo rumo ao cérebro. No córtex cerebral, seu amigo decodifica a pergunta e mobiliza os órgãos encarregados da resposta. Aí, começa uma nova viagem, até o ponto onde esse diálogo começou – o seu próprio cérebro.

 

Oceano interior

Você provavelmente já tentou ouvir o barulho do mar dentro de uma concha de forma espiral, como esta da foto. Na verdade, o murmúrio constante que você ouviu era o som do seu próprio sangue correndo nos vasos sangüíneos, amplificado.

 

 

Da orelha ao cérebro

Como as notas de uma flauta viajam pelo ouvido humano.

SAGUÃO DE ENTRADA

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A orelha capta as ondas sonoras, que se propagam pelo ar, e as encaminha ao canal auditivo. Ao contrário da maioria dos mamíferos, os seres humanos não mexem as orelhas na direção do som.

 

TÚNEL CENTRAL

Após entrarem pelo orifício da orelha, as ondas sonoras percorrem os 2,5 cm do canal auditivo, também conhecido como meato. Lá, elas se intensificam à medida que a passagem se estreita. No canal, as glândulas da pele fabricam uma cera amarga, o cerúmen, que protege o ouvido contra a poeira e os insetos.

 

TAMBOR DELICADO

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No final do canal auditivo, o som se choca contra uma membrana de apenas 1/10 de milímetro de espessura, o tímpano, que vibra como um tambor. O tímpano é tão fino que o impacto de uma única molécula de hidrogênio o faz tremer.

 

PEQUENOS, MAS ESSENCIAIS

Do outro lado do tímpano há três ossinhos. Primeiro vem o martelo, cujo cabo fica encostado no tímpano. Diante da menor vibração, o martelo começa a batucar no osso vizinho, a bigorna, que, por sua vez, transfere o movimento para o estribo, cuja extremidade está ligada ao interior da cóclea por um buraquinho, a janela oval.

 

VIAGEM NO LÍQUIDO

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A cóclea traduz as vibrações sonoras em impulsos elétricos. Lá existem três tubos paralelos, cheios de líquido. Os dois maiores são o canal vestibular (indicado pela seta amarela) e o canal timpânico (seta vermelha). O menor é o canal coclear. O som percorre duas vezes a cóclea, primeiro pelo canal vestibular e, em seguida, pelo canal timpânico. Dentro da cóclea estão as células com cílios, encarregadas de captar as vibrações no líquido e enviá-las ao cérebro.

 

PRESSÃO B CONTROLE

A tuba auditiva (antiga trompa de Eustáquio) liga a cavidade atrás do tímpano à garganta. Ela serve para manter a pressão do ar, do lado de dentro, igual à pressão do lado de fora. Se houver diferença entre as pressões, o tímpano fica esticado demais. Isso acontece quando você viaja de avião. O tímpano demora para se adaptar à mudança de pressão, provocando uma dolorosa sensação de ouvido tampado.

 

PONTO DE CHEGADA

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Os estímulos sensibilizam as células ciliadas, que os enviam ao nervo auditivo. É ele quem leva as mensagens rumo ao córtex auditivo do cérebro, onde são decodificadas para você, finalmente, desfrutar da beleza que emana do sopro da flautista.

 

 

Miniaturas prodigiosas

A foto, obtida por um microscópio eletrônico, mostra o interior da cóclea. As células ciliadas (em amarelo, no alto, à direita) compõem o órgão de Corti, que converte o som em impulsos elétricos. São 15 000, no total, e funcionam como as teclas de um piano. Só que, em vez do toque do pianista, movem-se de acordo com a freqüência de cada som.

 

 

Os menores ossos

Os três menores ossos do corpo humano se localizam dentro do ouvido médio. São o estribo, a bigorna e o martelo (na foto, eles aparecem nessa ordem e em tamanho real). Olhando para o formato deles, é fácil entender por que ganharam esses nomes. Presos a eles estão dois músculos, também pequenininhos, que ajudam a abafar os sons que chegam ao tímpano altos demais.

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Quem sabe é super

Você acha estranha a sua própria voz no gravador? Pois ela é assim mesmo. Quando você fala, uma parte do som chega até o seu ouvido por dentro da cabeça, através dos ossos. Muito diferente da voz que você ouve só com os ouvidos.

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