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Como se escala o Everest?

Subir a montanha mais alta do mundo é mais fácil do que se pode imaginar.

Por Alexandre Versignassi Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 5 nov 2016, 10h17 - Publicado em 31 ago 2003, 22h00

Subir a montanha mais alta do mundo é mais fácil do que se pode imaginar. Desde 1953, pelo menos 1.300 pessoas já pisaram no cume do Everest, no Nepal. O número é bastante elevado se levarmos em conta, além do perigo da aventura, os custos da operação – de R$ 120 mil a R$ 300 mil. Isso ocorre porque a montanha vem ganhando uma estrutura turística, como se fosse um lugar qualquer para a prática de esportes radicais. Mas o Everest está longe de ser uma Disney radical. O frio, que pode chegar a 70ºC negativos, e o ar rarefeito continuam lá. Perto do topo, existe só 30% do oxigênio que há no litoral. Isso deixa o corpo em pane: os músculos perdem força, o cérebro não consegue somar dois mais dois e o pulmão corre o perigo de sofrer um edema –encher-se de líquido. Mesmo com esses riscos, sem contar avalanches, o Everest é bem mais acessível agora do que há meio século, quando foi vencido pela primeira vez.

Mais da metade das escaladas foram feitas só nos últimos sete anos. O que mudou? “Hoje há expedições comerciais, que vendem vagas a pessoas inexperientes. Não fossem elas, seria impossível tanta gente ter chegado ao topo”, diz o alpinista Waldemar Niclevicz, um dos primeiros brasileiros a alcançar o cume do Everest, em 1995. Essas expedições são uma mão na roda para aventureiros neófitos. Alguns milhares de dólares bastam para que o cidadão tenha uma boa chance de voltar para casa cheio de histórias. O montanhista de primeira viagem pode contar com guias nativos, que conhecem cada buraco da montanha e cuidam do trabalho pesado. Veja um caso. Para aliviar os efeitos da falta de ar, o grosso dos alpinistas carrega quilos de garrafas de oxigênio nas partes mais altas. Obviamente, novatos precisam de mais garrafas que os acostumados a grandes altitudes. E aí entram os carregadores: bem pagos, eles levam oxigênio extra à vontade para seus clientes.

Essa mãozinha pode ser a diferença entre chegar ou não ao cume. Outra coisa que ajuda é a organização do Parque Nacional Sagarmatha, onde fica o Everest: ela cobra para instalar escadas, pontes e cordas nas partes iniciais da escalada. Mas um bolso recheado não basta para uma jornada suave rumo ao topo do Everest: nos últimos dez anos, 58 pessoas pagaram a aventura com a vida.

Devagar se vai longe

Subida do monte Everest exige longas pausas

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No Inferno
Do acampamento 2 para cima, a situação complica de vez. Os menos experientes já começam a usar tanques de oxigênio, e o terreno, com longos trechos inclinados, fica mais desafiador. Para acostumar o corpo aos 7 500 metros do acampamento 3, os alpinistas dormem algumas noites lá, mas não seguidamente. Todo dia eles voltam para o base, já que é impossível relaxar a essa altitude.

Morte súbita
Das 175 pessoas que morreram no Everest até 2002, cerca de um terço foi vítima de avalanches. Boa parte do restante morreu durante violentas tempestades de neve, que fazem a temperatura cair para menos de 70º C negativos. Uma tormenta que pegue o alpinista longe dos acampamentos costuma ser fatal. Há cerca de 120 corpos na montanha.

No topo do mundo
A subida final, de 12 horas, acaba por volta do meio-dia. São poucos minutos no pico, para chegar ao acampamento 4 ainda de dia e dormir. Antes da volta à base, há uma escala no 2.

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Última parada
A expedição para montar o acampamento 4 sai da base. São seis horas até o acampamento 2 e mais seis até o 3, com poucas horas de sono depois de cada escalada. Na rota para o 4, quase todos usam máscaras de oxigênio. O último acampamento é feito só para que os alpinistas descansem antes de tentar o cume.

Caminho preparado
Com o acampamento 1 pronto, os alpinistas abrem caminho até o acampamento 2. Passam algumas semanas no 2 para se acostumarem ao ar ainda mais rarefeito e vão montando o 3. Às vezes, voltam para o conforto do base. Com a rota agora equipada por escadas e cordas, são apenas 6 horas para subir de volta.

Quartel-general
Acompanhados por guias nativos, os alpinistas passam mais ou menos dez dias no acampamento base para se habituar ao ar rarefeito –com 50% menos oxigênio que ao nível do mar. Então escalam alguns metros, instalam escadas nas fendas do gelo e voltam. Dia após dia, o acampamento 1 é montado.

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Começo tranquilo
As expedições chegam ao ponto inicial da escalada de helicóptero ou avião. De lá caminham 75 km até o acampamento base. Nos oito dias de trilha, os alpinistas dormem em pousadas. Iaques levam os equipamentos e a comida. Ao longo do caminho, o corpo começa se acostumar à falta de oxigênio.

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