Assine SUPER por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Pênis: Tamanho é documento, sim!

Clarah Averbuck fala sobre o órgão sexual masculino.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h38 - Publicado em 31 Maio 2002, 22h00

Clarah Averbuck

Você já deve ter se cansado de ouvir a declaração de que “tamanho não é documento”. É uma daquelas frases auto-iludidas, como “é dos carecas que elas gostam mais”. Desculpe, mas a maioria de nós não gosta de carecas. (Falta de cabelo pode indicar baixo nível de testosterona, que é um hormônio que não pode faltar num homem.) Da mesma forma, é preciso encarar que tamanho é documento, sim, senhor.

É claro que estamos falando do nosso amigo pênis. Sem essa de dizer que o que conta para as mulheres são as preliminares. Ou que o prazer feminino depende do envolvimento com o dono do pênis em questão. Claro que tudo isso é importante. Mas a gente, tanto quanto os homens, também gosta de carne. Carne bonita. Muita carne. Se homem gosta de bumbum grande e seios fartos, por que a gente não pode gostar de volumes generosos também?

Que me desculpem os maldotados, mas o nosso prazer depende, sim, do tamanho do pênis. Estou falando do prazer no intercurso. Mas também do prazer visual, tátil. Se o rapaz tiver o melhor beijo do mundo e um pênis minúsculo, boa parte do esforço – o dele e o nosso – vai por água abaixo. Não há como negar. (Confesso que não consultei especialistas para chegar a essa conclusão: consultei garotas. Mas você quer alguém melhor para perguntar?)

O mito de que tamanho não é documento vem provavelmente de uma velha idéia machista de que mulher não gosta de ter prazer pelo prazer. Ou seja: o prazer físico seria privilégio dos homens, que são encorajados a fazer isso desde o momento em que deixam de engatinhar. Às mulheres caberia um interesse meramente emocional, quase platônico, em relação ao sexo. Saiba que não é assim. Mulher tem tesão, gosta de corpo, de curvas e precisa de prazer tanto quanto um latagão qualquer. Chega dessa história de que, para o rapaz, quanto mais mulheres arrecadar, melhor. Enquanto para a menina, vale o contrário: quanto menos viver, quanto menos curtir, melhor. Toda a diversão para eles e só culpa e vergonha para a gente? Chega.

Continua após a publicidade

Dizer que o tamanho do pênis não importa é deixar de reconhecer que também existem mulheres que procuram sexo sem envolvimento. Algo que não tem nada a ver com amor, casamento ou relacionamento emocional. A gente também gosta dessas coisas, claro. Assim como é evidente que ninguém se apaixona por um pênis sozinho, existem milhares de outros fatores que podem eventualmente tornar o tamanho do pênis um quesito secundário. Mas nada disso garante a alguém imaginar que, para as mulheres, o tamanho do pênis é apenas um pequeno detalhe. Não é.

Em uma recente matéria da Super, aprendi sobre o “investimento parental”, um termo criado por um pesquisador americano que parte do princípio de que “óvulos são caros, esperma é barato”. Isso faria com que os machos tendessem à poligamia e as mulheres, à monogamia. Tudo o que posso dizer a esse respeito é que dou graças a Deus por ser uma fêmea da espécie humana, com livre-arbítrio para escapar ilesa – e solteira! – dessa chatíssima imposição natural. Podemos tranqüilamente fazer sexo sem a intenção de gerar prole, tanto quanto um macho da espécie.

Sexo é algo que as pessoas deveriam praticar por um só motivo: é bom. Isso sempre foi claro e permitido para os homens. Só há bem pouco tempo começou a ser permitido para as mulheres pensar assim também. Mas ainda há resquícios da Idade das Trevas – ainda hoje, por exemplo, temos uma lei estúpida no Brasil declarando que se o marido descobrir que sua esposa não é mais virgem alguns dias depois do casamento, pode anulá-lo. Felizmente, a sociedade está mudando e preocupações como “será que ele vai achar que eu sou uma desclassificada porque aceitei o convite de ir para o motel logo no primeiro encontro?” estão dando (sem trocadilho!), na cabeça das mulheres, lugar a pensamentos bem mais saudáveis e menos neuróticos: tomar de cara a iniciativa e convidá-lo, se assim o coração mandar. Afinal, nada é tão saudável quanto o sexo sem neurose e sem culpa.

Curiosamente, alguns homens ainda têm resistência a esse tipo de comportamento feminino. O que é incompreensível. Quer dizer que só porque a garota foi para a cama com você no primeiro dia, isso significa que ela não é digna de um relacionamento duradouro? Se sexo é tão bom para você, por que não pode ser bom para ela também?

Continua após a publicidade

É triste viver numa sociedade que pune, ainda que veladamente, as mulheres que transam numa boa e que falam a verdade sobre o assunto como, por exemplo, que o tamanho é importante, sim, senhor.

* Jornalista, é autora de Máquina de Pinball, a ser publicado em agosto deste ano pela Editora Conrad

Frase

“Que me desculpem os maldotados, mas tamanho é fundamental”

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 12,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.