Assine SUPER por R$2,00/semana
Continua após publicidade

O segredo da vida e da morte

Depois de mapeadas e sequenciadas as letrinhas genéticas que compõem nosso DNA, o desafio agora é outro: transformá-las na cura para doenças ainda incuráveis

Por Daniel Schneider
Atualizado em 31 out 2016, 18h39 - Publicado em 12 mar 2011, 22h00

Mapear o genoma humano, um dos maiores desafios já encarados pela ciência. Quando decifrássemos a ordem dos 6,4 bilhões de “letras genéticas” que compõem nosso DNA, estaríamos perto de encontrar a cura para males como o câncer e as doenças do coração. Pelo menos, era isso o que garantiam médicos e cientistas.

Pois bem: o primeiro rascunho do DNA foi publicado há mais de 10 anos; o mapeamento completo foi concluído em 2003; e nenhuma das previsões se concretizou até agora. Por quê? Basicamente, porque, ao vencer um desafio, a comunidade científica se viu diante de outro. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisa do Genoma Humano (NHGRI), nos EUA, a situação agora é a seguinte: temos o mapa, mas não sabemos interpretá-lo – mais ou menos como se você comprasse um equipamento eletrônico complicadíssimo de instalar e descobrisse, ao abrir a caixa, que o manual de instruções está todo escrito em chinês.

Segundo Larry Thompson, diretor de comunicação do NHGRI, um dos motivos para essa sinuca de bico foi a descoberta, após o sequenciamento, de que apenas uma pequena parte do genoma humano – algo entre 1,5 e 2% – está ligada à produção de proteínas. A função do restante continua um mistério.

Esses números dão uma ideia de quão profundo é o abismo no qual os geneticistas estão metidos. “Eles ainda não entenderam, por exemplo, o papel das sutis variações na sequência de letras do genoma”, diz Thompson. “A maior parte do DNA de cada pessoa é 99,5% idêntica ao de qualquer outro indivíduo. Mas é na diferença de 0,5% que está a suscetibilidade a muitas doenças comuns, desde a diabetes até os problemas cardíacos.”

Continua após a publicidade

Para o cientista John Craig Venter, cuja empresa – a Celera – também ajudou no sequenciamento, o verdadeiro desafio ainda está por vir. Otimista, ele acredita que nos próximos 10 anos a ciência será capaz de ir muito além do objetivo atual: em vez de mapear um só genoma por pessoa, conseguirá sequenciar vários, inclusive o de células-tronco, pré-tumorais e cancerígenas. “Isso nos ajudará a selecionar células saudáveis para transplantes de tecido, ou a entender melhor o desenvolvimento de tumores.” Igualmente importante para o progresso da ciência médica, segunto Venter, é o sequenciamento do genoma de milhões de microbactérias que habitam nosso organismo – um objetivo ainda mais longe de ser alcançado.

Ou seja: continuamos diante de um enorme desafio – cujo segredo, quando finalmente desvendado, abrirá as portas para uma Era de Ouro da medicina.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 12,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.