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Internet aumenta número de casamentos entre etnias

Conhecer pessoas pela internet também aumenta suas chances de conhecer pessoas de culturas diferentes – e acabar casado com elas

Por Bruno Vaiano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 20 out 2017, 19h08 - Publicado em 20 out 2017, 19h07

O repórter que vos fala é desses sortudos que conheceu a namorada em uma cena aleatória, boa de contar para os amigos. Ela passando no corredor, eu sentado no chão, lendo. Ela me percebeu, eu não a percebi. Dez da manhã de um dia de semana – ninguém procura um mozão nesse horário, mas às vezes alguém acha.

Talvez seja por isso que nós dois sejamos tão parecidos, de rosto e de cabeça. Os pesquisadores Josué Ortega (de Essex, na Inglaterra) e Philipp Hergovich (de Viena, na Áustria) descobriram que casamentos iniciados na tela do PC unem pessoas de etnias e culturas diferentes com muito mais frequência que os celebrados entre casais que se conheceram da maneira tradicional.

Ortega e Hergovich partiram da premissa de que o início de um relacionamento à moda antiga se baseia em um princípio de organização social que vale para muitas outras coisas: as pessoas que acabam mudando sua vida não são seus amigos mais próximos, que estão sempre na sua companhia, mas seus colegas mais distantes, que transitam entre seu grupo social e outros grupos – e, dessa forma, aproximam pessoas antes desconhecidas que podem se interessar por você, seja no amor, seja no trabalho.  

A experiência prática reforça esse ponto: em geral, nós conhecemos nossos cônjuges em bares, na universidade, no escritório ou na igreja – muitas vezes por intermédio de um amigo em comum, ou pelo simples fato de que pessoas parecidas frequentam lugares parecidos. Isso diminuí as chances de conhecermos pessoas de etnias diferentes.

Com isso em mente, a dupla de pesquisadores simulou, no computador, mais de 10 mil “sociedades” (no sentido mais simples da palavra: um grupo de seres humanos que interage). Nelas, grupos étnicos e culturais que na vida real costumam se isolar também estavam isolados. Quando a variável internet entrava na conta, porém, o número de ligações entre grupos distantes aumentava.

A descoberta bate com os dados da vida real: entre 1967 e 2016, o número de casamentos entre pessoas de diferentes etnias nos EUA foi de 3% do total a 17% do total. Os pesquisadores avisam que um modelo matemático nunca dará conta das variáveis do amor de verdade – mas que ele é útil para tendências gerais. “A simplicidade do nosso modelo é sua maior força. Ele sugere que a diversidade das sociedades, baseada no número de casamentos entre etnias, deve aumentar drasticamente com a introdução dos casamentos online.”

Vale lembrar que casais virtuais, em geral, são mais satisfatórios. Ao longo da última década, dezenas de estudos chegaram ao mesmo resultado. Um deles, que teve mais repercussão, entrevistou 19 mil pessoas, e descobriu que hoje, nos EUA, um terço dos casais que vão para o cartório se conhecem na internet – entre homossexuais, a taxa sobe para 70%. As taxas de divórcio, nesse grupo, são menores.

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