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Aplicativos infantis estão coletando dados dos seus filhos

O game que seu filho joga pode estar acumulando informações sobre localizações e contatos sem sua autorização

Por Felipe Germano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
24 abr 2018, 19h12

É bem provável que você já tenha visto a cena: uma criança, geralmente com menos de dez anos, pega o celular de um dos pais. Com uma destreza profissional, ela desbloqueia o aparelho, vai para o menu de aplicativos e escolhe um jogo que já está baixado para esse tipo de situação. O pequeno senta em um canto e fica entretido, quieto, por tempo suficiente para dar um pouco de paz para os pais. Se você nunca viu nada parecido, então aí vai uma novidade: o mercado de games para crianças está mais do que consolidado. Tanto a Google Play quanto a App Store possuem categorias com milhares de apps voltados especificamente para esse público. O que esses aplicativos não deixam claro é que elas estão coletando informações dos celulares por meio dos seus filhos.

Quem conseguiu comprovar isso foram pesquisadores da IMDE (projeto governamental espanhol de incentivo à pesquisa) e da Universidade da Califórnia. O grupo de cientistas analisou 5.855 aplicativos para crianças, e descobriu que 57% deles podem estar violando a Coppa (uma espécie de equivalente americano do nosso Estatuto da Criança e do Adolescente, só que focado apenas nas questões digitais). Os apps compartilham com empresas terceiras os dados de menores de 13 anos – sem o consentimento dos pais.

De acordo com a pesquisa, entre os aplicativos que coletavam os dados, 28% acessavam informações confidenciais, que em outros casos são protegidas pelo sistema Android. O estudo ainda crava que 4,8% dos apps mostravam “violações claras ao compartilhar localizações e informações dos contatos sem consentimento”, 40% repassavam informação pessoal sem investir em técnicas de segurança para evitar que os dados das crianças vazassem, e 18% deles compartilhavam dados que permitem identificação (como o RG do seu aparelho, o IMEI) para que anúncios publicitários pudessem ser feitos sob medida para as crianças.

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Os pesquisadores notam que a falta de transparência com os pais nesse tipo de situação é questionável, mesmo a Coppa não tendo nenhuma cláusula específica sobre o compartilhamento de dados.

E não são jogos esquecidos no limbo das lojas virtuais. Os games analisados são extremamente populares: em média, eles haviam sido baixados mais de 750 mil vezes cada. Na prática, isso significa que milhões de crianças mundo afora podem ter sido afetadas. Entre os aplicativos estudados estão os games Where’s My Water, Minion Rush e até o app de línguas Duolingo. As empresas emitiram comunicados afirmando que se preocupam com a privacidade de crianças e vão investigar a fundo os problemas levantados pelo estudo.

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