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Barragem de St. Francis

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h47 - Publicado em 26 Maio 2012, 22h00

Leonardo Fuhrmann

Erro – O projetista e responsável pela obra não verificou se o terreno sobre o qual seria construída a barragem era capaz de suportá-la.

Quem – William Mulholland, chefe do Departamento de Água e Energia de Los Angeles.

Quando – 1924.

Consequências – O paredão de concreto com 59 metros de altura veio abaixo e a enxurrada que se seguiu matou pelo menos 450 pessoas.

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Esta foi a segunda maior tragédia na história da Califórnia, atrás apenas do terremoto que devastou São Francisco em 1906. No dia 12 de março de 1928, a barragem de Saint Francis, a 60 quilômetros de Los Angeles, não aguentou a pressão do lago artificial e rompeu-se. Mas com um detalhe: apenas dois anos depois de ser inaugurada. Cerca de 450 pessoas morreram por causa da enxurrada que varreu tudo rio abaixo.

O motivo da catástrofe foi uma inacreditável barbeiragem cometida pelo engenheiro William Mulholland, então chefe do Departamento de Água e Energia da cidade de Los Angeles e responsável tanto pelo projeto quanto pela obra. Ainda em 1924, dois anos antes da inauguração, Mulholland decidiu aumentar a altura da barragem em 3 metros para ampliar a capacidade de armazenamento do lago que ela formaria. O problema é que, por incrível que isso possa parecer, o engenheiro ignorava as características geológicas do cânion onde a barragem estava sendo construída. As rochas eram muito porosas – e potencialmente instáveis.

Perigo iminente

A barragem foi inaugurada em 1926 com 185 metros de largura e 59 metros de altura. Logo em seguida, surgiram as primeiras rachaduras no paredão de concreto. O engenheiro foi lá, deu uma olhada e saiu dizendo que elas não eram motivo de preocupação. Numa obra daquele porte, concluiu Mulholland, aquilo só poderia ser algo corriqueiro. Novos sinais de que alguma coisa ia mal foram aparecendo nos meses seguintes – para Mulholland, tudo dentro da mais completa normalidade. Até que, 5 dias antes da tragédia, um funcionário alertou para rachaduras maiores e algum vazamento de água. Pela enésima vez, o engenheiro foi dar uma espiada no problema, mas tornou a não ver ali um perigo iminente. Poucas horas depois de sua última inspeção, a barragem ruiu.

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Uma onda de 47 milhões de litros de água inundou o vale de Santa Clarita e avançou em direção ao oceano Pacífico, com velocidade estimada de 29 km/h. No caminho, foi destruindo tudo. A cidade de Santa Paula ficou debaixo de 6 metros de lama e destroços. Áreas enormes do município de Ventura foram tomadas por montanhas de detritos com mais de 20 metros de altura. Quando a busca por corpos foi finalmente encerrada, semanas depois, o número de mortos e desaparecidos chegava a 450.

Por água abaixo

Uma investigação iniciada logo após o acidente levantou várias hipóteses, inclusive a de que um terremoto pudesse ter provocado o rompimento da barragem – ideia rapidamente descartada. Concluiu-se que a instabilidade geológica do cânion era mesmo a responsável. E Mulholland – com perdão do trocadilho – viu sua carreira ir por água abaixo. Sete décadas mais tarde, num estudo de caso definitivo publicado em 1997, o engenheiro J. David Rogers, professor da Universidade de Ciência e Tecnologia do Missouri, apontaria 3 fatores como determinantes para a tragédia: além da porosidade das rochas, a falta de um reforço estrutural para suportar a capacidade extra, decidida em 1924, e a centralização de tudo – projeto, construção e monitoramento da represa- numa única pessoa.

Falhas humanas

Naufrágio do Titanic

Erro: acreditar que um navio jamais afundaria e negligenciar o risco que os icebergs representavam.

Quem: o capitão, Edward Smith.

Quando: 15 de abril de 1912.

Consequência: 1 523 mortes. O Titanic fazia sua viagem inaugural, levando 3 547 passageiros da Inglaterra para os EUA. Abalroou um iceberg a 640 quilômetros do Canadá. O rasgo aberto no casco foi tão extenso que a embarcação de 279 metros levou apenas duas horas para afundar.

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Incêndio do Hindenburg

Erro: ter projetado um dirigível de passageiros que voava com hidrogênio, gás extremamente inflamável.

Quem: Alemanha nazista.

Quando: 6 de maio de 1937.

Consequências: 36 mortes. A aeronave foi da Alemanha para os EUA com 97 ocupantes. Na chegada, quando já se aproximava do solo, pegou fogo – provavelmente em decorrência de uma faísca de eletricidade estática.

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Acidente de Chernobyl

Erros: falhas humanas e problemas técnicos acabaram provocando a explosão do reator.

Quem: operadores da usina ucraniana.

Quando: 26 de abril de 1986.

Consequência: o pior acidente nuclear da história. O governo admitiu 15 mil mortes. Nas contas extraoficiais, foram pelo menos 80 mil. A nuvem de radioatividade chegou até o Reino Unido. Um exército de 300 operários passou 6 meses construindo um isolamento para o reator. Ninguém sobreviveu.

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Acidente de Fukushima

Erro: estar preparado para um terremoto seguido de tsunami, mas não para falta de energia.

Quem: Tepco, operadora da central nuclear.

Quando: 11 de março de 2011.

Consequência: contaminação do solo e da água. A estrutura da usina resistiu ao tremor e ao impacto da onda gigante. Mas, com a falta de energia, o sistema de refrigeração dos reatores parou. O aquecimento provocou explosões e muita radioatividade foi liberada. Cientistas estimam que a área num raio de 20 quilômetros ao redor da central pode levar até duas décadas para tornar-se habitável novamente.

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