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Grandes invenções que adoramos e seus criadores geniais

O século passado é recheado de inventos que mudaram nosso dia a dia - e deixaram seus idealizadores milionários. Conheça seis deles.

Por Felipe van Deursen
Atualizado em 31 out 2016, 18h48 - Publicado em 30 jun 2011, 22h00

A PAREDE QUE ESTOURAVA: PLÁSTICO BOLHA – 1957

Papel de parede era tendência nos lares americanos nos anos 50. Mas preservá-los da sujeira sempre foi um desafio. Pensando nisso, o engenheiro Alfred Fielding e seu colega suíço Marc Chavannes desenvolveram um papel de parede cuja textura facilitasse a lavagem. Em uma garagem de Hawthorne, Nova Jersey, em 1957, juntaram duas cortinas de banho, criando bolhas de ar entre elas. Mas não houve sucesso. Ninguém soube o que fazer com aquele papel de parede fracassado até que em 1960 um homem chamado Frederick W.Bowers apresentou à IBM um método de embalar com segurança o computador 1401. O plástico bolha mostrava a que veio. A Sealed Air, empresa criada por Chavannes e Fielding, cresceu e hoje está em 51 países, incluindo o Brasil. Ela se especializou em embalagens plásticas de vários tipos, de alimentos a aparelhos médicos. “Mas talvez o maior legado do plástico bolha seja alegrar e aliviar o estresse dos que amam estourá-lo”, diz Ken Aurichio, diretor de comunicação da empresa. O viciante barulho do estouro das bolhas fez do invento algo maior do que apenas embalagem. O plástico bolha foi parar no MoMA, Museu de Arte Moderna de Nova York, e em aplicativos de celular. E a Sealed Air incentiva o uso criativo do produto. A empresa organiza um concurso para jovens empenhados em criar produtos baseados no plástico bolha. Este ano, por exemplo, um finalista bolou um jardim flutuante para salvar plantações em regiões de enchentes. PLEC!

LEIA MAIS: inventos criativos baseados em plástico bolha

A SECRETÁRIA QUE PINTAVA ERROS: CORRETIVO – 1951

Bette Graham era uma jovem americana de 27 anos, divorciada e com filho para criar, que trabalhava como secretária em um banco de Dallas. Em 1951, insatisfeita com a sujeira provocada pelas fitas de carbono das máquinas de escrever, ela passou a levar ao trabalho uma tinta branca à base de água que criara na cozinha de casa. A inspiração teria vindo de pintores que ela viu cobrindo erros em uma janela com uma camada extra de tinta. Um professor de química ajudou a melhorar a fórmula e logo as colegas aderiram à novidade. Sete anos se passaram até que Bette fosse demitida por usar papel timbrado da empresa para uso pessoal. Era a deixa para promover o invento, batizado de Liquid Paper. Anos depois, a situação dela era muito melhor. O corretivo já era um produto industrializado e seu filho, Mike Nesmith, fazia sucesso como guitarrista e vocalista da banda The Monkees. Em 1979, Bette vendeu a empresa para a Gillete por US$ 47,5 milhões. Pena que ela morreu no ano seguinte. Mas seu invento continua popular em escolas mundo afora.

 

CAFETEIRA QUE REVOLUCIONOU A INTERNET: WEBCAM – 1991

Preguiça e a vontade de tomar café quente fizeram que estudantes de informática da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, inventassem a webcam. Como a única cafeteira disponível ficava relativamente longe dos laboratórios, o café fresquinho acabava antes que os eles pudessem bebê-lo. Foi então que dois alunos viraram o jogo. Quentin Stafford-Fraser e Paul Jardetzky colocaram uma câmera apontada para a cafeteira. Conectada a um computador, ela enviava imagens a cada três minutos aos computadores ligados a o que eles batizaram de clube de café do Trojan Room. Era o fim do café frio. Em 1993, a câmera foi ligada à internet, transformando-se em um dos primeiros ícones culturais da rede. A cafeteira ganhou fãs mundo afora e foi filmada até 2001, em um evento com cobertura da imprensa do mundo todo. A dupla não ficou milionária (a empresa Connectix pensou no uso comercial do invento e lançou a webcam em escala industrial em 1995), mas ficou célebre no mundo tecnológico, ganhando cargos de chefia em empresas de tecnologia.

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A SEMENTE QUE INVADIU O GUARDA-ROUPA: VELCRO (1941)

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A natureza inspirou o engenheiro suíço George de Mestral a criar um mecanismo que pudesse substituir zíperes e botões em roupas e acessórios. Em 1941, ao passear com seu cachorro por um bosque alpino, pequenas plantas que grudavam na roupa e no bicho chamaram sua atenção. Eram sementes de bardana, um tipo de carrapicho. Ao analisá-las no microscópio, De Mestral descobriu que ganchinhos faziam as sementes grudar tão facilmente. Foi então que veio a ideia de desenvolver um material com ganchos de um lado e um tecido para prendê-los de outro. Assim surgiu o princípio do “fecho de gancho e argola”, ou velcro, termo nascido das palavras francesas velour (veludo) e crochet (gancho). O inventor enfrentou resistência, mas mesmo assim fundou em 1952 sua indústria, a Velcro. Hoje, o produto não está só nos guarda-roupas. Mantém a inviolabilidade de computadores do Pentágono e ajuda jardineiros a cultivar plantas, por exemplo. O invento é tão conhecido que Joselito Araújo, distribuidor da Velcro no Brasil, reconhece que ele é bem mais popular do que a própria empresa, mesmo ela sendo uma multinacional presente em todos os continentes.
 

O PROFESR PARDAL FLUMINENSE: LACRE PLÁSTICO DE SEGURANÇA (1967)
Nem a família deu bola para o engenheiro Eduardo Lima quando ele inventou o lacre plástico de segurança, em 1967. Dono de uma metalúrgica, ele se incomodou com o acúmulo de lacres de chumbo nos ferros-velhos que visitava. “O fato de o material ser tóxico nem era levantado. Mas o chumbo tem limitações, os lacres eram frágeis”, diz André de Lima Castro, filho do inventor. Eduardo, então, criou um lacre plástico em forma de âncora, inspirado em um hobby, a pesca submarina. Em vez de aceitar o emprego em uma multinacional, abriu sua própria fábrica, a ELC, em Paraíba do Sul (RJ). Foi chamado “professor Pardal” até pela mulher. “Depois de muita insistência conseguimos convencer órgãos de referência, como os Correios, de que nosso lacre era mais prático e econômico”, conta André, hoje diretor da empresa. O invento está presente em medidores elétricos, placas de carros, envelopes e até ogivas nucleares. A ELC é uma das maiores do mundo no ramo, mas André ainda vê dificuldades para inventores no Brasil. “Não existe clima de financiamento para empreendedores”, lamenta.

O CADERNO QUE SALVOU O CAFÉ: FILTRO DE CAFÉ – 1908

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Na Dresden de 1908, trabalhos escolares inspiraram uma invenção que mudaria a maneira como bebemos café. Irritada com a borra que estragava o prazer da bebida, a alemã Melitta Bentz arrancou do caderno de seu filho Willy uma folha de papel de mata-borrão, usado para absorver o excesso de tinta. Recortou um círculo do papel, pôs no fundo de um pote perfurado, adicionou pó de café e água quente. Funcionou melhor do que o antigo coador de pano. O café estava mais límpido e sem borra. No mesmo ano ela patenteou o produto e fundou com o marido a Melitta Bentz Company. Chamado de “utensílio do coador” na época, o invento fez sucesso em feiras de negócios nos anos seguintes. E não parou. A Melitta é um gigante do setor até hoje, atua em 60 países e faturou R$ 3,4 bilhões em 2010. E o filtro de café criado por Melitta não está só nas cafeteiras. “Sabemos de artistas que usam o filtro em obras. Jardineiros o utilizam nas plantações, há saquinhos de donuts de filtro e outras aplicações curiosas”, diz Jorg Bentz, bisneto de Melitta, que atualmente administra a empresa ao lado dos irmãos.

 

PARA SABER MAIS
1001 Invenções que Mudaram o Mundo
Jack Challoner – Sextante, 2010
História das Invenções
Trevor I. Williams – Gutemberg, 2009

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