Um mundo congelado a 250 graus Celsius abaixo de zero, mas coberto por uma suava coreografia de gases coloridos, o satélite Tritão, de Netuno, desafia a imaginação dos astrônomos. É difícil explicar as belas plumas gasosas observadas pela primeira vez em sua atmosfera pela nave americana Voyager 2, em 1989. Elas sobem a uma altura de 8 quilômetros e têm até 150 quilômetros de extensão – mas de onde vem a força que as empurra?
Inicialmente se pensou que alguns pontos de seu solo seriam suficientemente quentes para vaporizar substâncias geladas e expulsá-las na forma de um gêiser. No entanto, a suposição mais plausível é que Tritão seja um corpo geologicamente morto e já não haja energia em suas entranhas para produzir calor. Em vista disso, surgiu uma hipótese alternativa em que a fonte de calor é o Sol: ao aquecer a base da atmosfera, ele produziria um forte movimento ascendente nos gases. O resultado seria uma espécie de frígido redemoinho, colorido por grãos de poeira e renovado a cada dia tritoniano.