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Por que os chefões da tecnologia cobrem a câmera do laptop?

Mark Zuckerberg e o diretor do FBI colam fita adesiva no computador. E talvez você também devesse

Por Ana Carolina Leonardi
Atualizado em 28 Maio 2018, 17h31 - Publicado em 24 jun 2016, 17h30

O que era coisa de gente paranoica agora virou regra entre experts da tecnologia. Em 2016, Mark Zuckerberg postou uma foto comemorando o número de usuários do Instagram – 300 milhões de usuários acessavam o app todo dia, na época. Mas, no fundo da imagem, o protagonista era o computador do fundador do Facebook.

Vários usuários do Twitter notaram que, em cima da câmera do MacBook de Zuckie, tem um pedaço de fita adesiva. Na lateral, onde ficam os microfones embutidos do computador, mais um bocado de fita isolante.

Antes de ser CEO de uma das maiores redes sociais do mundo, Zuckerberg se divertia como hacker na faculdade. Se ele, melhor informado que nós, reles mortais, aderiu ao adesivo, será mesmo que é uma ideia tão paranoica?

O diretor do FBI acha que não. James Comey disse, em uma coletiva de imprensa esse ano, que viu “uma pessoa mais inteligente que ele” cobrir a câmera. Por isso, foi lá e fez o mesmo.

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Motivos para se preocupar com isso não faltam. O Ghostnet, grupo de hackers chineses, invadiu 2 mil câmeras em 103 países. Outras 73 mil webcams foram atacadas em 2013.

Como eles fazem isso? Depende do seu tipo de câmera. As mais vulneráveis são as que tem conexão sem fio com o computador. Elas têm seu próprio endereço de IP e se conectam via Wi-Fi. Sem uma senha forte, fica fácil ter acesso às imagens da webcam – e a maioria dos usuários se esquece de trocar a senha padrão do produto.

As câmeras mais antigas, conectadas por USB, e as mais novas, embutidas no laptop, são menos vulneráveis, mas podem ser acessadas através de malware – o famoso vírus de computador, que pode ser adquirido com aquele episódio de série corrompido que você baixou por torrent ou no clássico anexo de email asfotosdafestaficaramotimas.exe.

Essas webcams vêm acompanhadas de luzes de LED, que avisam quando a câmera está ligada – se ela pisca aleatoriamente sem uso, pode ser um sinal de invasão. Se isso acontecer em um computador que tem o Windows como Sistema Operacional, vale a pena fazer o seguinte: reiniciar o computador e esperar 10 minutos para ver se a luz volta a piscar. Nesse caso, inicie o Gerenciar de Tarefas, clique na aba Processos e procure o nome “winlogon.exe”. Se ele aparecer mais de uma vez, corra para desconectar a internet e faça uma varredura com um antivírus em todo o sistema.

Em algumas situações, porém, isso pode não adiantar:o próprio FBI já provou que é possível invadir e hackear a câmera sem ativar o LED.

Pior: você mesmo pode estar convidando esse tipo de vulnerabilidade para dentro de casa. Sistemas que automatizam e integram diferentes eletrodomésticos em casa, como o Amazon Echo, só respondem tão bem aos comandos de voz porque escutam, literalmente, tudo o que você fala. Tem gente dizendo até que teve momentos calientes indo parar em site pornô porque teve a câmera da SmarTV da sala hackeada.

A internet está cheia de “manuais para iniciantes” para invadir webcams, e os motivos variam desde diversão até ciúmes no relacionamento. Esse tutorial ensina a esconder vírus em anexos aparentemente inocentes, instalar softwares de controle remoto do computador alheio e tomar o controle da câmera. Já para evitar ser flagrado sem saber, o conselho do mesmo site é um só, nada tecnológico e completamente offline: use fita adesiva.

Dificilmente você, usuário normal, tem tanto a perder com um ataque hacker que escuta e vê o que é feito em frente ao computador quanto Zuckerberg e Comey, que tratam de segredos comerciais e de estado nos seus escritórios e casas. Mesmo assim, ninguém quer acabar com a vida pessoal comentada em fóruns de hackers porque teve a infelicidade de ser pego na tentativa de alguém de exibir suas proezas tecnológicas. Se não pode vencê-los, cole plástico em cima deles.

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