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Evento de extinção matou 60% dos primatas na África há 34 milhões de anos

A extinção também atingiu roedores e animais carnívoros. O evento foi causado pela transição climática do período greenhouse para o icehouse. Entenda

Por Maria Clara Rossini
Atualizado em 25 out 2021, 20h24 - Publicado em 25 out 2021, 19h49

Um dos principais motores para a extinção de espécies são as mudanças climáticas. Atualmente, muitos animais encontram-se ameaçados graças ao aquecimento global intensificado pela ação humana. Mas há 34 milhões de anos, a Terra vivia uma transição climática contrária: estava passando de um período quente (chamado greenhouse) para um clima mais frio, o qual vivemos até hoje (chamado icehouse).

Foi uma mudança e tanto: ao longo de milhares de anos, a temperatura caiu cerca de 8ºC, o nível do mar diminuiu, e a Antártica ficou coberta de gelo. Dois terços dos animais da Europa e Ásia foram extintos no processo. Essa mudança climática marcou a transição do Eoceno (de 56 milhões a 34 milhões de anos) para o Oligoceno (de 34 a 23 milhões de anos atrás).

Os cientistas acreditavam que a África tivesse passado ilesa. Afinal, sua posição próxima ao equador poderia ter amenizado o frio. No entanto, um estudo realizado pela Universidade Duke, nos Estados Unidos, mostrou um declínio de 63% nas populações de primatas, roedores e carnívoros. 

Os pesquisadores usaram centenas de fósseis de períodos distintos (da metade do Eoceno ao Oligoceno) para reconstruir a linha do tempo evolutiva de cinco grupo de mamíferos africanos: dois primatas (Strepsirrhini e Simiiformes), dois roedores (Anomaluridae e Hystricognathi) e um grupo de carnívoros extintos chamados “hienodontes” – que se alimentavam justamente de primatas e roedores.

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O que se percebeu foi uma perda de espécies na transição do Eoceno para o Oligoceno, nos cinco grupos de mamíferos. Em nota, o autor principal do estudo, Dorien de Vries, diz que o evento foi como um “reset” para as espécies. Milhões de anos após o evento de extinção, os fósseis dos grupos animais começam a reaparecer, mas com novas características.

A principal delas foi a mudança nos dentes desses mamíferos. Eles podem dizer sobre o que o animal come, revelando também sobre o ambiente em que vive. “Vemos uma grande perda na diversidade dos dentes, e então um período de recuperação com novos formatos e adaptações”, diz de Vries

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A extinção e recuperação não ocorreram de uma hora para a outra. Esses grupos foram desaparecendo ao longo de milhões de anos, o que tornou a identificação do evento ainda mais desafiadora. Em comparação com outras partes do mundo, os registros fósseis provenientes da África ainda são escassos – e, por isso, demorou tanto para que a descoberta fosse feita.

O esfriamento da Terra provavelmente não foi a única causa para a extinção desses grupos de mamíferos. Evidências da África e Península Árabe sugerem a presença de vulcões altamente ativos há 31 milhões de anos, o que deve ter adicionado um outro desafio para a sobrevivência dos animais. 

“As extinções são interessantes nesse sentido”, diz Matt Borths, coautor do estudo. “Ela mata os animais, mas também abre novas oportunidades ecológicas para que linhagens sobrevivam no novo mundo”.

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