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Paleontólogos encontram fóssil de ictiossauro grávida na Patagônia

É o primeiro registro fóssil da espécie no Chile; o espécime foi apelidado de “Fiona”, em homenagem à personagem de Shrek (2001).

Por Leo Caparroz
Atualizado em 25 jul 2022, 18h32 - Publicado em 18 Maio 2022, 19h48

Um grupo de paleontólogos desenterrou aquilo que é um sonho para qualquer pesquisador da área: um fóssil de um animal marinho que morreu enquanto estava em gestação. A criatura, um ictiossauro, é a primeira da espécie a ser descoberta no Chile, e foi encontrada próxima a uma geleira na Patagônia.

Não deixe o nome te enganar; ictiossauros não são dinossauros. Eles fazem parte de um grupo distinto, formado por répteis aquáticos. Bastante similares aos golfinhos, essas criaturas precisavam sair da água para respirar e davam à luz uma prole já desenvolvida – assim como os mamíferos.

Uma pintura da possível aparência dos ictiossauros.
Uma ilustração representando a possível aparência dos ictiossauros. (Heinrich Harder/Wikimedia Commons)

O fóssil encontrado possui 4 metros de comprimento e data de 129 a 139 milhões de anos atrás – no início do período Cretáceo. O óxido conservante que revestia o espécime tinha uma coloração esverdeada, o que levou o grupo a apelidá-lo de “Fiona” – em referência clara à personagem do filme “Shrek”, de 2001.

Além do nome divertido, Fiona apresenta uma particularidade: ela morreu grávida, e seu corpo foi fossilizado dessa maneira. Achados como esse são particularmente úteis para paleontólogos, pois dão a eles a chance de identificarem diversos estágios do ciclo da vida daquela espécie. “Podemos, por exemplo, dizer quantos embriões elas geravam e o quão grandes eram no nascimento,” contou Erin Maxwell, especialista em ictiossauros que ajudou a desenterrar o fóssil.

Fiona foi encontrada em 2009, pela paleontóloga Judith Pardo-Pérez e seus colegas, mas só foi estudada 13 anos após a descoberta. Entre as razões da demora estão as condições extremas de clima e a dificuldade para chegar ao local – o trajeto até a geleira Tyndall requer uma trilha de 10 horas ou uma viagem a cavalo.

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Mesmo assim, a expedição aconteceu. Ela durou um mês, foi liderada por Judith Pardo-Pérez e envolveu um esforço global, com colaboradores do Chile, Argentina, Alemanha e Reino Unido. Junto de Fiona, outros 23 ictiossauros foram desenterrados.

Segundo Maxwell, o esforço valia a pena: “a localidade de Tyndall é importante para preencher um buraco em nosso conhecimento sobre a diversidade geral de espécies que habitavam o oceano no hemisfério sul, especialmente em latitudes temperadas a polares”.

Ela também espera que a descoberta ajude a atrair atenção para a paleontologia na América do Sul – que é historicamente deixada de lado em favor de espaços na América do Norte, China, Rússia e Oeste Europeu. “Esses achados são muito, muito importantes para ajudar a trazer uma perspectiva global para nosso entendimento dos oceanos nesse período,” termina.

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