Templo egípcio de 2.100 anos é descoberto em encosta
A construção pode ter sido dedicada a Repit, deusa egípcia representada com uma cabeça de leão
Arqueólogos da Universidade de Tubinga, na Alemanha, encontraram um antigo templo “escondido” na costa de um penhasco. A descoberta foi feita na antiga cidade de Athribis, que hoje é um sítio arqueológico próximo à vila de Sohag, no Egito. A entrada é protegida por duas torres, e toda a estrutura é feita de pedra.
Em alto relevo, o templo contém a imagem do Faraó Ptolomeu VIII oferecendo sacrifícios à deusa Repit e ao seu filho Kolanthes. O rei governou o Egito em dois períodos: entre 170 e 163 a.C. e entre 145 e 116 a.C. Já Repit é uma entidade com cabeça de leão que, segundo a mitologia egípcia, é consorte de Min, deus associado à fertilidade e colheita. Segundo os pesquisadores, é possível que o tempo tenha sido dedicado a Repit.
Na torre Norte, a equipe encontrou uma câmara de três metros de largura por seis metros de altura. O espaço costumava guardar utensílios usados no templo. Depois, passou a abrigar anáforas, uma espécie de vaso.
A entrada da torre é decorada com relevos e hieróglifos que mostram a deusa Repit e o deus Min. Em uma das imagens, Min está ao lado de duas estrelas chamadas decanos, que ajudavam os egípcios a dizer as horas à noite. Os decanos são representados com um corpo humanoide e cabeça de animais – um falcão e um pássaro íbis.
Uma segunda porta no templo dá acesso a uma escadaria que, na época em que foi construído, levava aos andares superiores que não existem mais. Segundo comunicado da universidade, todo o complexo tinha 51 metros de largura, e as torres mediam 18 metros de altura. Hoje, no entanto, só restaram cinco metros.
As escavações do templo começaram em 2022. Ele faz parte de um complexo maior de templos, que é investigado desde 2012. Pesquisas futuras devem revelar mais detalhes sobre o templo.