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Altas taxas de testosterona não aumentam a libido, afirma estudo

Tentar carregar duas vezes o peso do seu corpo na academia pode não ser a solução para o aumento do desejo sexual. Entenda o porquê.

Por Manuela Mourão
9 dez 2024, 18h00

Em um novo estudo dirigido por um time de cientistas internacionais as relações entre altos níveis de testosterona e libido pareceram não ter nenhuma relação como especulado anteriormente. Péssima notícia para quem frequenta academias em busca de testosterona extra para aumentar o desejo sexual. 

Mas, para entender a pesquisa realizada, vale uma breve introdução sobre o que é o hormônio testosterona?

A testosterona é um hormônio esteroide produzido principalmente nos testículos dos homens, e em menor quantidade nos ovários das mulheres e nas glândulas adrenais de ambos os sexos. É o principal hormônio sexual masculino e desempenha diversas funções como o desenvolvimento sexual, crescimento de massa muscular e óssea, regulação do humor, produção de glóbulos vermelhos. 

Embora mais predominante nos homens, a testosterona também é importante para as mulheres, ajudando na saúde óssea, manutenção muscular e regulação do humor. Por mais que seja um hormônio produzido naturalmente pelo corpo, atividades físicas tendem a aumentar sua produção. 

“Apesar da crença comum de que esse hormônio regula as flutuações no desejo sexual humano, há poucas evidências diretas que relacionem as mudanças internas na produção natural de testosterona com as mudanças internas na libido”, escrevem os pesquisadores no estudo publicado na Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences.

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Para tirar a prova real, o time de acadêmicos buscou 41 homens adultos para uma triagem, dos quais cerca de um terço tinha algum relacionamento sério e três não eram heterossexuais.    

Por um mês, cada voluntário entregava uma amostra de saliva para que os níveis de testosterona e cortisol fossem analisados. Ao mesmo tempo, um questionário com perguntas sobre os pensamentos, desejos e fantasias sexuais do dia anterior era respondido. Nele, duas perguntas buscavam entender as oportunidades e grau de esforço que o indivíduo dedicava para atrair um parceiro romântico ou sexual. Tudo isso para tentar relacionar um aumento nos níveis e uma mudança no comportamento.

A conclusão foi que os níveis de testosterona e cortisol estavam mais altos entre os participantes solteiros no momento da pesquisa, o que é consistente com outros estudos sobre o hormônio e status de relacionamento. No entanto, não houve relação significativa entre os níveis de testosterona e devaneios eróticos diários, que pareciam ser aleatórios.

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“Isso significa que um homem com testosterona mais alta que o normal não exibe vontades sexuais além do seu comum”,  concluem os autores.

Os pesquisadores descobriram que, na verdade, há uma pequena associação negativa entre os níveis diários de testosterona e o desejo sexual nos dias seguintes. Embora mais pesquisas sejam necessárias para entender melhor essa descoberta, os resultados sugerem que aumentar os níveis de testosterona sozinho pode não ser a chave para recuperar o desejo sexual.

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De forma inesperada, níveis mais elevados de testosterona foram associados a um maior esforço em eventos sociais, em outras palavras, os dates eram melhores  programados em dias com altas na taxa de hormônios. Nesses períodos, os homens solteiros engajavam mais em aplicativos de namoro e homens comprometidos se sentiam mais inclinados a planejar um jantar romântico.

No entanto, o estudo não forneceu respostas sobre se esses esforços realmente resultaram em atividade sexual. Além disso, os pesquisadores reconheceram que não puderam determinar se o aumento de testosterona foi causado pelo desejo de atrair alguém.

Mesmo assim, os cientistas advertem que é necessário mais estudo sobre o assunto. Em pesquisas futuras seria necessário uma amostra mais abrangente e analisar as consequências de terapias hormonais.

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