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Novo predador com aparência “alienígena” é descoberto no fundo do mar

O animal bizarro vive a quase oito mil metros de profundidade e é um primo distante dos camarões.

Por Manuela Mourão
15 dez 2024, 10h00

Quem tem talassofobia (o medo do mar e de suas criaturas) vai ter pesadelos com a notícia: pesquisadores descobriram um novo predador marinho – e ele é assustador. 

Um novo estudo publicado na revista científica Systematics and Biodiversity revelou ao mundo a espécie Dulcibella camanchaca, que foi carinhosamente apelidado de “Escuridão” pelos pesquisadores.

“Chamamos-no de ‘Escuridão’ nas línguas dos povos dos Andes para representar o oceano profundo e escuro onde ele vive e caça”, diz a ecologista e coautora do estudo Johanna Weston, em comunicado

O animal faz parte da ordem dos anfípode, grupo de crustáceos parecidos com camarões – ou seja, esse monstrão com nome de super vilão só mede quatro centímetros. De qualquer forma, ele é sim especial: é o primeiro anfípode predador grande e rápido das profundidades extremas. 

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Os quatro exemplares do bicho foram encontrados na Fossa Peru-Chile, a 7.902 metros de profundidade, por pesquisadores da Universidade de Concepción do Chile e da Instituição Oceanográfica Woods Hole (WHOI) nos EUA. 

Dulcibella camanchaca é um predador que consegue nadar rapidamente”, explica Weston.

Localizada sob águas superficiais ricas em nutrientes e geograficamente remota, essa Fossa abriga uma comunidade bastante peculiar de espécies nativas. “O mais emocionante é que os dados de DNA e morfologia mostram que esta espécie também é de um gênero novo, reforçando como a Fossa do Peru-Chile é um hotspot de espécies endêmicas”, continua Weston.

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O artigo explica que o animal é especialista em usar seu apêndice raptorial, a maior parte do corpo desse tipo de crustáceos, para capturar presas. O menu escolhido parece ser composto por anfípodes menores que habitam a mesma fossa.

Os quatro indivíduos de Dulcibella camanchaca foram coletados com o uso de um veículo oceânico – uma espécie de plataforma usada para transportar equipamentos científicos para o fundo do oceano. Uma vez de volta em segurança no convés do navio, os anfípodes recuperados foram congelados e depois submetidos a análises morfológicas e genéticas detalhadas na Universidade de Concepción.

A descoberta de novos animais residentes do fundo do mar não é algo inédito ou inesperado – afinal as fossas oceânicas normalmente alcançam muitos quilômetros de profundidade, e são difíceis de estudar. A Fossa das Marianas, a mais profunda de todas, fica a 10.984 metros abaixo do nível do mar. As criaturas que prosperam nesses ambientes são adaptadas para condições extremas.

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Carolina González, oceanógrafa da Universidade de Concepción, ressalta no comunicado que cada fossa funciona como uma ilha, porque tem o seu próprio ecossistema e suas formas de endêmicas.

“Esta descoberta reforça a importância da exploração contínua do oceano profundo, particularmente no território do Chile. Mais descobertas são esperadas à medida que continuamos a estudar a Fossa do Atacama.”

 

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