O Codex Atlanticus é a maior coleção de desenhos e notas de Leonardo Da Vinci que sobreviveu ao tempo. E dá para ler tudo online. Veja como.
O Codex abrange um período que vai de 1478 (quando Da Vinci estava na sua terra natal, Toscana) até 1519, quando ele morreu na França. Aqui, separamos seis curiosidades para você conhecer melhor o cadernão do inventor italiano.
Ele deixou seus papéis para o pintor italiano Francesco Melzi, que os organizou e usou uma pequena parcela para formar o “Tratado sobre a Pintura”. Depois que Melzi faleceu, os manuscritos ficaram com o escultor italiano Pompeo Leoni.
Leoni organizou dois álbuns: os desenhos técnico-científicos ficaram no Codex; já os desenhos artísticos e dedicados à anatomia ficaram em um álbum menor – que hoje está na Royal Collection Trust, a coleção de arte da família real britânica.
Essa é a palavra em latim para “atlântico”. Mas, neste caso, não se refere ao oceano. Leoni montou o álbum com grandes folhas de papel, do mesmo formato que se usava em atlas geográficos. Daí o nome.
A palavra em latim refere-se a um antigo texto manuscrito na forma de livro. Mas vale dizer que esse título não está na antiga encadernação do álbum, que diz: “Desenho de máquinas e das artes, segredos e outras coisas de Leonardo Da Vinci coletados por Pompeo Leoni”.
O álbum fazia parte da coleção de arte de Galeazzo Arconati, um nobre e mecenas italiano. Em 1637, ele doou sua coleção à Biblioteca Ambrosiana, fundada 30 anos antes em Milão.
As tropas de Napoleão conquistaram Milão em 1796 e levaram o caderno para Paris. Ele ficou no Museu do Louvre até que o Congresso de Viena decretou, em 1815, que as obras roubadas pela França deveriam ser devolvidas aos seus países de origem.
Quem se enganou foi um emissário nomeado pela Áustria para o retorno de obras de arte que estavam em Paris. O álbum só não foi para o destino errado porque o escultor italiano Antonio Canova estava lá e reconheceu o Codex.
Dá para entender a confusão: é difícil compreender alguma coisa das páginas. E não só porque estão escritas em italiano antigo: Da Vinci escrevia da direita para a esquerda, ignorava pontuação e acentuação – e espalhava símbolos enigmáticos nos textos.
Por volta de 1483, Da Vinci escreveu ao Duque de Milão listando suas habilidades como engenheiro militar, artista e arquiteto. O manuscrito que está no Codex, porém, é um rascunho – não se sabe se a carta foi mesmo entregue.
Da Vinci sabia vender o seu peixe. “Eu ainda tenho métodos de bombardeamento muito convenientes e fáceis de transportar", escreveu na carta. "Eles lançam pedras e afins em uma tempestade cheia de fumaça para assustar o inimigo, causando muito dano e confusão.”
Na internet, o álbum está disponível na íntegra. Você pode navegar pelas páginas em ordem numérica ou cronológica, além de conferir a ocorrência de cinco assuntos, como geometria, física e arquitetura. Para conferir, é só clicar no balão abaixo.
super.abril.com.br
Veja essa e outras matérias em