A música pode nos tocar de várias maneiras e mexer com nosso corpo: algumas pessoas até se arrepiam ao ouvir uma combinação de sons emocionantes. Esse arrepio tem um nome: frisson. Entenda o que acontece no cérebro nessa hora.
O frisson dura no máximo alguns segundos e normalmente é descrito como uma onda ou pulso prazeroso que sobe da cintura em direção à nuca. Além dos pelos eriçados, as pupilas dilatam e pode haver um formigamento na pele atrás do pescoço.
Aproximadamente metade das pessoas têm o grau de sensibilidade à música necessário para alcançar um frisson. Mas a porcentagem exata é incerta, pois nenhum estudo avaliou um número de cobaias razoável – o mais famoso deles empregou apenas 20 voluntários.
Quem tem esses arrepios apresenta um número maior de conexões entre a região do cérebro que processa sons (o córtex auditivo) e o córtex pré-frontal, responsável por tarefas mais complexas e subjetivas – como interpretar o significado de uma música, nesse caso.
O frisson surge a partir de um acontecimento musical inesperado: uma nota aguda sustentada por muito tempo, uma nota que termina uma melodia sem resolvê-la ou uma modulação – quando a música muda de tom, como no final de My Heart Will Go On, de Céline Dion.
O cérebro não costuma gostar de coisas inesperadas – não saber lidar com uma situação é um ótimo jeito de se machucar. Mas na música, como em um filme, é diferente: a novidade não causa nenhum mal. É só uma maneira artificial de manipular suas emoções.
super.abril.com.br
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