Dar e receber conselhos no mundo corporativo é algo delicado. As dicas podem abalar a confiança de quem as recebe ou até soarem autoritárias. Mas é possível dar pitacos sem parecer um mala.
O impulso de dar conselhos vem de uma ideia boba: a de que saber as respostas para tudo na ponta da língua é sinônimo de ser bem-sucedido. Pessoas em cargos de gestão, especialmente, dão conselhos para reforçar sua liderança.
Os conselhos não solicitados também são comuns por outras duas razões: 1. Uma distorção de julgamento nos faz acreditar que nossos conselhos são melhores do que realmente são; 2. Dar conselhos afaga nosso ego.
Agora que você entendeu o problema, pode bolar um plano para mitigá-lo. Não há uma receita única. O ideal é entender o contexto em que você está inserido e então aplicar as dicas a seguir da melhor forma possível.
O impulso leva, na maioria das vezes, a conselhos equivocados. É preciso pensar com calma no que falar. Falas precipitadas podem soar ríspidas e abalar a autonomia de alguém – sobretudo, colegas com quem você não tem tanta intimidade.
Conselheiros de plantão tendem a evitar fazer perguntas básicas sobre o problema para passarem a impressão de serem especialistas. Mas o ideal é fazer todas as perguntas possíveis antes de dar pitacos por aí – isso te ajudará a ter uma visão completa da situação.
Dar muitas ideias, alternativas e sugestões pode mais atrapalhar do que ajudar, deixando a outra pessoa perdida. Quando for aconselhar um colega de trabalho, dê orientações diretas e explícitas.
Sugira fontes alternativas que tenham mais propriedade do que você sobre o assunto. Facilite indiretamente: em vez de dar uma resposta final, analise a situação junto com a pessoa para refletir sobre possibilidades, ou conte o que funciona para você.
É impossível possuir todas as respostas – tentar contemplar tudo pode ser estressante, sobretudo para cargos de liderança. Por isso, é importante capacitar os colegas de trabalho para que, com o tempo, eles ganhem autonomia e tomem suas próprias decisões.
Conselhos são uma via de mão dupla: para dar certo você também precisa estar disposto a ser ajudado. Esteja aberto às orientações e recorra à pessoa certa cada problema – escolha um colega a partir da experiência na área ou da sua relação com ele, por exemplo.
super.abril.com.br
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