Esqueça o mito do compositor inspirado. Criar um hit é como fabricar salsicha: há uma linha de produção. Conheça o passo a passo desta indústria milionária.
Quando a gravadora decide que seu artista precisa de material novo, ela pede faixas a um produtor profissional especializado na tarefa. Os produtores criam a base da música, com a batida e uma linha de baixo.
Com a base pronta, entram em cena os top-liners, que criam melodia e letra. Eles podem ser procurados pelos próprios produtores ou pela gravadora. Intérpretes que compõem, como Adele, podem dispensar os top-liners e trabalhar diretamente com os produtores.
Em qualquer música pop, a parte mais importante são os ganchos, que podem ser um trecho memorável da letra, uma melodia pegajosa ou um riff instrumental. Em “Crazy in Love”, da Beyoncé, os trompetes e o refrão pegajoso são os principais.
A estrutura clássica da música pop, moldada nos anos 1950, tem uma abertura e encerramento que diferem do resto da canção. O recheio é composto de duas sequências de verso e refrão, além da ponte, que cria suspense para o clímax da faixa no terceiro refrão.
Algo muito popular nos anos 2000 era usar os raps no meio das músicas. Eles servem para que o rapper empreste sua fama ao artista novato, ou vice-versa. Essa é uma adição feita após o estouro do hip-hop nos EUA, mas que hoje em dia já não é mais tão comum.
A altura das ondas representa as frequências que a canção atinge. Para ficar mais atrativa, a música pop costuma ser mais alta, tornando difícil a identificação dos instrumentos. Essa tendência é conhecida como “guerra do volume”.
A sequência de acordes mais comum na música pop é C (dó), G (sol), Am (lá menor) e F (fá), na escala de dó maior. É uma progressão eficiente e fácil de fazer. "Let It Be" (Beatles), "Take On Me" (A-ha) e "With Or Without You" (U2) são
alguns exemplos.
Cada nota possui uma frequência específica. O "lá", por exemplo, é atingido com 440 Hz. Quando desafinamos, é porque não atingimos esse índice. O Auto-Tune usa uma fórmula matemática para aproximar a voz da frequência desejada.
Quando mudamos de nota ao cantar, há uma gradação suave e natural. Mas é possível ajustar o Auto-Tune para que a transição seja mais crua, com pulos repentinos entre as notas. Esse recurso faz surgir a voz robótica, que virou mania na música pop por um tempo.
super.abril.com.br
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