Conheça os detalhes desse tipo de treinamento, que envolve comandos verbais e exercícios de associação e dura de 5 a 8 meses.
Há centros especializados no serviço, financiados por ONGs ou pelo governo. Eles arcam com todo ou quase todo o custo (de R$ 35 mil a R$ 45 mil). Os deficientes visuais ficam apenas com as despesas comuns do bicho, como alimentação, veterinário e banhos.
A partir dos 3 meses, o animal passa pela socialização. Ele é adotado por uma família provisória, que fica responsável por apresentá-lo às situações do dia a dia. O cão acompanha os humanos ao trabalho, a locais de lazer e anda de transporte público.
Depois, o cachorro retorna ao centro de treinamento para aprender comandos básicos. Ele passa a usar uma guia, que serve de comunicação com o humano. Assim, o animal assimila que, enquanto estiver com o acessório, estará trabalhando. Sem ele, é hora de brincar.
O treinamento dura de cinco a oito meses e se baseia em comandos verbais e repetição. Uma das lições mais importantes é andar em linha reta: quando o cão se desvia do caminho, o treinador para. O exercício é repetido até o cão entender que ele não pode sair da rota.
Para ensiná-lo a parar no meio-fio, o treinador pode colocar a mão para fazê-lo abaixar. A ação é feita até o animal repeti-la sozinho. Isso serve também para o cachorro aprender a seguir em frente: ele aprende que, quando os carros param, é hora de andar.
O cão precisa ser levado aos lugares para aprender o caminho. Ao chegar lá, é preciso repetir o nome do local ("padaria", "farmácia", "banco") para que ele associe a palavra ao destino quando for preciso ir até lá.
Outro passo importante. Quando o treinador (e depois o cego) se acomodam em algum lugar, o bicho deve sempre ficar sentado ou deitado ao seu lado no chão, nunca no colo ou no banco. É preciso repetir os comandos verbais “senta” e “deita” para fixá-los.
Uma parte importante é ensinar a desobediência inteligente: a hora de ignorar os comandos. O animal aprende a reconhecer situações de perigo, como buracos, e, quando as encontra, se recusa a seguir a ordem de andar.
O cão chega ao novo dono e, por um mês, ele e o tutor são acompanhados pelo centro de treinamento. Caso um dos dois não se adapte, o processo não continua – mas isso é raro. O animal deve aprender onde fica a casa, o trabalho e outras referências do novo companheiro.
Vale dizer que o cachorro não perde seus instintos – por isso, precisa ser castrado e, antes de sair de casa, ensinado a se alimentar e a fazer suas necessidades no local correto.
O centro de treinamento faz um acompanhamento anual do cão para determinar a hora da aposentadoria. Quando o bicho chega aos 9 anos, a checagem passa a ser semestral ou até quadrimestral. Há casos de cães-guia que trabalharam até os 12 anos.
Uma vez dispensados, é comum que os ex-guias fiquem com seus tutores. Se a pessoa não tiver condições de manter o cão, ele volta para o centro de treinamento e entra para adoção.
super.abril.com.br
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