Um lançamento de moeda é um exemplo clássico em questões de matemática que envolvem probabilidade. O vilão Duas-Caras do Batman é famoso por decidir suas ações no cara e coroa. Só que, na prática, as chances de dar cara ou coroa não são iguais.
Vários pesquisadores já haviam teorizado que, quando você joga uma moeda para cima, seu polegar causa uma leve instabilidade que faz a moeda, enquanto está no ar, passar mais tempo com um lado voltado para cima. Isso aumenta a probabilidade dela cair na sua mão com esse lado, independente de qual for.
Agora foi hora de ir para a bancada do laboratório e tirar a dúvida a limpo. Em uma pesquisa, 50 cientistas atiraram moedas de 46 países distintos, com valores e tamanhos diferentes.
O pelotão de pesquisa fez 350.757 lançamentos de moedas. Depois dessa maratona probabilística, eles chegaram a uma conclusão: em 50,8% das vezes, uma moeda vai cair do mesmo lado que ela começou.
Em outras palavras, se eu jogo uma moeda com a coroa voltada para cima, é mais provável que ela aterrisse na minha mão com a coroa novamente para cima.
A equipe, contudo, encontrou grandes variações individuais. As moedas de um dos pesquisadores caíram do mesmo lado que foram lançadas em 60,1% das vezes.
Já outro colega observou o contrário: as moedas davam mais o lado oposto. Elas só repetiram faces em 48,7% das vezes.
Todas essas inconsistências servem para mostrar que probabilidades são bem mais complexas do que os livros didáticos dão a entender.
Quanto tempo a moeda passa no ar, o peso e o balanço da moeda, a direção dos ventos, a força do dedão, o tamanho da sua unha… todas essas micro variáveis influenciam de alguma maneira o seu lançamento.
O 50/50 perfeito é uma abstração teórica. Uma moeda ideal e um lançamento ideal são convenções matemáticas para facilitar as contas. Na prática, é um processo físico complicado, em que tudo pode inclinar o resultado em pouco para as caras ou um pouco para as coroas.
super.abril.com.br
Veja essa e outras matérias em