Existem 10 milhões de pessoas surdas no Brasil, e boa parte delas utiliza a Libras. A lei que reconhece a língua como meio legal de comunicação é de 2002.
A Libras não é uma versão do português – ela possui uma estrutura gramatical própria. As frases não seguem a mesma ordem, nem há símbolos equivalentes a todas as palavras.
Exemplo: usamos três palavras para escrever “pintar o cabelo”. Em Libras, basta um único sinal, próximo à cabeça.
Em línguas orais, mudamos o tom de voz quando estamos tristes, com raiva, ao fazer perguntas… A entonação é uma parte importante do processo de comunicação.
Da mesma forma, em Libras, a comunicação leva em conta não só os sinais em si, mas também a posição e direção das mãos (longe ou perto do corpo, para frente ou para trás e por aí vai) e, claro, as expressões faciais. Dê ênfase aos movimentos. Eles são sua entonação.
O alfabeto manual, que tem um sinal para cada letra do português, é usado para soletrar nomes, lugares e outras coisas que ainda não têm sinais específicos.
Há atalhos, como gestos para sílabas, que encurtam o trabalho de soletração. Com o tempo e a convivência, a tendência é que seu nome soletrado seja substituído por um sinal só seu: seu batismo em Libras.
Em geral, você não escolhe como vai se chamar em Libras. Seu sinal surge naturalmente quando outros falantes notam um trejeito ou tique que você tem.
...procure professores que tenham Libras como primeira língua e turmas pequenas, para que todos possam se ver enquanto sinalizam.
Como qualquer língua, a Libras tem regionalismos: sinais diferentes para um mesmo objeto, lugar ou conceito. Até os números variam de estado para estado.
Há mais de 300 línguas de sinais no mundo. Para facilitar a integração entre cidadãos de países diferentes, há um conjunto de regras denominadas Sinais Internacionais (SI).
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Texto: Rafael Battaglia
Stories: Leo Caparroz