Não é impressão. Os mosquitos realmente têm algumas preferências. Infelizmente, a explicação está em algo que não podemos controlar.
Algumas pessoas podem passar a noite no mato e saírem ilesas dos mosquitos; outras se enchem de repelente e mesmo assim não conseguem se livrar das picadas. Mas por que isso acontece?
Primeiro precisamos saber como os mosquitos detectam suas vítimas.
Assim como o cheiro de sangue atrai animais carnívoros e o cheiro de bolo
saído do forno atrai as crianças, o dióxido de carbono exalado pelos humanos
atrai os mosquitos.
Nós expiramos gás carbônico. Antes que se misture com outros compostos do ar, esse gás fica concentrado ao nosso redor. Os mosquitos são sensíveis a picos de CO2 em um raio de até 50 metros. Aí, eles se aproximam do local onde a concentração é maior.
Quando os insetos chegam a 3 metros de distância de um grupo de pessoas, chega a hora de escolher a vítima. Vários fatores são considerados: temperatura do corpo, transpiração e cor. Mas a variável mais importante são os micróbios presentes na pele.
Diversas colônias de microrganismos habitam a superfície do nosso corpo. As criaturinhas convertem secreções das glândulas em até 300 compostos diferentes – e os mosquitos conseguem detectá-las pelo cheiro.
Um estudo publicado em 2011 mostrou que homens com uma menor diversidade de micróbios na pele tendem a receber mais picadas do mosquito da malária. O estudo também indicou que os mosquitos podem ter preferência por algumas bactérias específicas.
Pequenas variações nessa composição de químicos pode ser a diferença entre ser a vítima ou não. As colônias de micróbios também variam ao longo do tempo, como quando o indivíduo está doente.
Infelizmente, não temos controle sobre a atividade dos micróbios em nossa pele. A única solução é tentar respirar com calma e diminuir sua emissão de CO2. Pessoas que estão estressadas ou praticando exercício físico ficam ofegantes e exalam mais CO2.
super.abril.com.br
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