Se histórias natalinas parecem todas iguais, a culpa é do Hallmark Channel, uma emissora dos EUA que encontrou a fórmula do sucesso para os conteúdos de fim de ano.
Você já viu essa história: o protagonista do filme tem um trauma do passado. O filme se desenrola com clichês, decorações deslumbrantes e, no final, o casal principal se apaixona ou há uma lição sobre o verdadeiro significado do Natal.
Muitos filmes natalinos seguem a mesma receita, e o responsável por isso é o Hallmark, canal de TV dos EUA que lança dezenas de filmes por ano, a um custo baixíssimo – ainda que a qualidade não seja lá essas coisas.
O Hallmark Channel pertence à Hallmark Cards, empresa de cartões comemorativos mais antiga dos EUA. Com conteúdos considerados conservadores, o canal nasceu de outras emissoras religiosas e é feito para quem busca assistir ao clássico final feliz.
Boa parte dos programas do Hallmark se baseia em datas comemorativas, como Dia das Mães ou Dia dos Namorados. Mas a emissora encontrou a galinha dos ovos de ouro em 2009, quando começou com o “Countdown Christmas” (“contagem regressiva para o Natal”).
A premissa é simples: lançar uma série de filmes e especiais no fim do ano. Via de regra, as produções seguem enredos bastante similares, usam os mesmos cenários e locações e, não raro, o mesmo grupo de atores. Tudo para caber em um orçamento enxuto.
Não demorou para que a temporada especial virasse tradição e crescesse. Em 2020, por exemplo,
a Hallmark planejou 40 filmes de Natal – todos seguindo a mesma fórmula.
Os executivos da Hallmark andam tão felizes quanto seus personagens, uma vez que o canal cresce de vento em popa. Em 2017, por exemplo, teve a terceira maior audiência entre as emissoras a cabo dos EUA e faturou cerca de US$ 390 milhões em publicidade.
Os filmes da Hallmark costumam receber críticas negativas sobre sua qualidade e falta de representatividade, mas continuam extremamente populares – e rentáveis. No Brasil, são exibidos pelo canal a cabo Studio Universal.
Alguns especialistas dizem até que o fenômeno tem forçado plataformas de streaming, como a Netflix, a aumentar a produção de filmes do gênero. Notou uma oferta maior de especiais de Natal por lá? Não é por acaso.
super.abril.com.br
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