Assine SUPER por R$2,00/semana
Imagem Blog

Alexandre Versignassi Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Alexandre Versignassi
Blog do diretor de redação da SUPER e autor do livro "Crash - Uma Breve História da Economia", finalista do Prêmio Jabuti.
Continua após publicidade

Antes de boicotar a Netflix, repare nisto aqui

Preste atenção na parte sobre o "desmembramento" de inquéritos quando assistir a série. E entenda como a falta desse mecanismo gera impunidade.

Por Alexandre Versignassi Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 27 mar 2018, 16h13 - Publicado em 27 mar 2018, 14h52

Existe um elemento fundamental na série do Padilha, e na vida real, que não está na pauta das discussões sobre a série (nem nas da vida real): a questão do “desmembramento de inquérito”, que aparece logo nos primeiros episódios.

Para entender o que é o desmembramento, e qual é a importância desse mecanismo, lembre do caso Aécio. Frederico Pacheco, primo do senador mineiro, foi filmado recebendo malas de dinheiro da JBS, num total de R$ 2 milhões. Aécio foi gravado combinando com Joesley a entrega desse mesmo dinheiro ao primo. Caída a casa, Fred devolveu R$ 1,5 milhão para a justiça, numa mala. E foi preso preventivamente, junto com Andrea Neves, irmã do senador, e que também operava para ele.

Como Aécio tem foro privilegiado, o caso está com o STF, que segue empurrando-o com a barriga há quase um ano.

Não precisava. Bastaria o STF aprovar o “desmembramento” do caso para que Fred e Andrea fossem julgados independentemente, em primeira instância. Foi o que o mesmo STF aprovou em 2015, na Lava Jato. Não houvesse esse decisão lá atrás, toda a podreira de Petrobras, Odebrecht e cia acabaria engavetada até o dia em que não houvesse mais ninguém com foro privilegiado envolvido nas tramóias – ou seja, lá pelo século 28.

Bom, houvesse o desmembramento do caso Aécio, Fred e Andrea seriam rapidamente condenados em primeira e segunda instância (hipótese mais provável, diante da avalanche de provas). Isso pressionaria o STF a julgar Aécio, coisa que em qualquer realidade aceitável teria acontecido há meses.

Continua após a publicidade

Mas não. O próprio STF tratou de evitar essa pressão ao não aprovar o desmembramento. Para fechar com chave de ouro, o ministro Marco Aurélio Melo liberou Fred e Andrea da prisão preventiva domiciliar e do uso de tornozeleira. Os dois estão hoje tão livres quanto você, com a diferença de que você nunca viu uma mala de dinheiro.

E não há pressão popular contra tal aberração jurídica. Claro: boa parte de quem pressionaria quer ver o STF agindo justamente assim, como um grande engavetador de encrencas – mesmo se a encrenca já tiver sido reconhecida como crime por diversos juízes de segunda instância (no caso de Lula, por João Pedro Gebran Neto, Leandro Paulsen e Victor Laus, do TRF da 4a região).

E agora, enquanto o carnaval de impunidade segue firme no STF, há quem brade pela urgência de um boicote à Netflix. É muito heroísmo.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 12,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.