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Por Alexandre Versignassi
Blog do diretor de redação da SUPER e autor do livro "Crash - Uma Breve História da Economia", finalista do Prêmio Jabuti.
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Bitcoin: vale mesmo botar dinheiro nisso?

Quem colocou R$ 100 em bitcoins em 2010 e esqueceu na carteira, tem hoje R$ 8,6 milhões. Saiba qual é o caroço desse angu.

Por Alexandre Versignassi Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
13 set 2017, 13h09

Quem comprou R$ 600 em bitcoins em 2010, quando a moeda virtual estava cotada em R$ 0,15, conseguiu ganhar quanto? R$ 5 mil? R$ 10 mil? Não: R$ 52 milhões. Daria para comprar o loft do Geddel com todas as malas dentro.

Eu mesmo quase comprei um pouco de bitcoin no começo da década, quando escrevi pela primeira vez sobre o assunto. Pensei em comprar uns R$ 10, só para fazer um print screen da tela e por na matéria. Mas não. Acabei colocando uma ilustração qualquer no lugar. Se eu tivesse mantido o plano original, e esquecido os bitcoins na carteira, hoje eles valeriam R$ 865 mil.

Também podia ter me dado a louca de comprar tipo R$ 1.000. Aí ninguém que carregasse o meu sobrenome jamais teria de trabalhar pelo resto da odisseia humana na Terra.

Mas e hoje? Faz sentido colocar dinheiro nisso? No ano passado, um bitcoin valia US$ 2 mil. Nesta semana, a cotação está em torno de US$ 4,3 mil. Os mais otimistas imaginam que chega em US$ 10 mil fácil. Os alucinados, que vai passar de US$ 100 mil. Ou seja: ainda daria para sonhar com ganhos de mais de 1.000% – coisa que, no mundo das finanças normais, você só consegue levantar apostando no mercado de derivativos, sempre sob o risco de perder tudo.

Mas calma. O mais provável é que seja tudo um castelo de cartas mesmo. Existem quase 17 milhões de unidades de bitcoin em circulação hoje. Com cada uma cotada a US$ 4,3 mil, temos US$ 70 bilhões (mais precisamente, US$ 71.356.979.356).

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Bom, se você somar todo o dinheiro depositado em todas as contas correntes do mundo, em qualquer moeda, vai ter US$ 80,9 trilhões, segundo o CIA Factbook. Esse é todo o dinheiro facilmente sacável do planeta – o resto está em coisas menos líquidas (ações, imóveis, títulos públicos).

Ou seja: um milésimo de todo o estoque de dinheiro líquido da humanidade já está na forma de bitcoin. Não é pouco. Grosso modo, isso significa que, se um em cada mil estabelecimentos aceitar bitcoin, a cotação de US$ 70 bilhões faz sentido, já que refletiria a realidade.

Só que a realidade não é essa. Algumas cias aéreas aceitam bitcoins como pagamento. Algumas lojas do Subway também. Mas se te jogarem na rua agora, sem nada, e com um milhão de bitcoins na sua carteira virtual, talvez você morra de fome antes de conseguir trocá-los por carboidrato e proteína.

O bitcoin, em suma, ainda é uma experiência, mas está cotado como se tivesse uma liquidez, uma aceitação, que ainda não tem. Pode ser que um dia ela tenha? Pode. Mas colocar dinheiro nessa hipótese não é um investimento. É uma aposta. O bitcoin está longe ainda de ser um dólar, um real, um rand sul-africano. Por enquanto, está mais para uma Telesena. Cuidado.

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