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Por Alexandre Versignassi
Blog do diretor de redação da SUPER e autor do livro "Crash - Uma Breve História da Economia", finalista do Prêmio Jabuti.
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Copa é gincana. Não é campeonato.

E por isso mesmo ela é tão legal. Mas calma com as conclusões precipitadas

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Atualizado em 11 jul 2018, 13h05 - Publicado em 11 jul 2018, 12h51

A natureza do futebol só permite placares relativamente baixos, você sabe. Não tem os 40 x 30 do futebol americano, os 110 x 108 do basquete. Cada ponto é extremamente difícil de obter. Tanque que, em média, só acontecem três gols por partida – geralmente dois para um lado, um para o outro, o placar mais comum.

Dois times equivalentes chegarão muito, muito perto do gol adversário algumas dezenas de vezes. Só uma fração delas se converterá em gols de fato. Isso torna o jogo extremamente sensível ao efeito borboleta: uma lufada de vento ou uma imperfeição do gramado podem converter uma dessas dezenas de tentativas no ponto que vai definir o resultado.

Num campeonato por pontos corridos, o efeito borboleta acaba soterrado pela quantidade de partidas. Numa competição de tiro curto, não: o acaso pode, e vai, determinar o sucesso do seu time.

Mais do que isso: o efeito borboleta não muda apenas o futuro de uma equipe; muda o passado dela também.

A lufada de vento ou a imperfeição no gramado transformam o técnico genial num imbecil completo. Convertem jogares medíocres em heróis, e craques incontestáveis em vilões.

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Uma Copa acaba funcionando, pelo menos em parte, como um Carnaval. Uma festa de inversão. Messi e Cristiano Ronaldo vestem a fantasia de derrotados. Um Tite vira um Dunga. Uma Rússia, que seria rebaixada no Campeonato Paulista, surge travestida como um dos oito melhores times do planeta.

Tudo isso é parte da graça de uma Copa. E o campeonato de tiro curto serve, de fato, para “separar meninos de homens”, já que não mede apenas a habilidade do sujeito em lidar com a bola, mas também em lidar com as armadilhas da própria mente, sob a pressão insana que é disputar uma sequência de mata-matas sem jogo de volta.  Mesmo assim, também é fato: definir carreiras de profissionais que entram em campo 50 vezes por ano com base nos resultados desse Jogos Vorazes futebolístico não tem nada de racional. Messi é um jogador menor por nunca ter levantado a taça? Não. CR7 deixou de ser o jogador mais vertiginoso de 2018 porque foi embora cedo? De jeito nenhum. Neymar virou um Robinho? Vá catar coco na Praia Grande, meu irmão.

Por outro lado: desde quando o futebol precisa ser racional? Um campeonato por pontos corridos pode até ser mais justo. Mas o objetivo final do futebol não é exatamente a justiça. É o ludismo. E ainda não inventaram nada mais brilhantemente lúdico do que essa gincana quadrienal. Que venha a próxima.

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