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Por Alexandre Versignassi
Blog do diretor de redação da SUPER e autor do livro "Crash - Uma Breve História da Economia", finalista do Prêmio Jabuti.
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Neymar tem um desvio de comportamento. Mas isso já faz parte do espetáculo

Nosso camisa 10 é um compulsivo simulador de faltas. Mas é até bonito ver alguém tão fora de série escancarando uma fraqueza tão humana a cada jogo

Por Alexandre Versignassi
Atualizado em 3 jul 2018, 17h35 - Publicado em 3 jul 2018, 14h27

O teatro é parte do jogo, porque às vezes funciona. Branco, lateral esquerdo na Copa de 1994, sempre foi celebrado por uma simulação de falta que resultou num gol contra a Holanda, o mais decisivo da campanha do tetra. O júri popular entendeu que, tudo bem, o fim justificou o meio.

Pior: quando o teatro não funciona, a punição é branda. Em vez de responder a um processo por falsidade ideológica, o cara recebe um amarelo – quando recebe. Então sempre haverá simulação. O prêmio por um pênalti inventado, afinal, sempre tende a ser maior do que a punição por um pênalti inventado.

Mas existe uma pena extra-oficial para os simuladores compulsivos. Os juízes meio que liberam a porrada para cima deles, por motivos óbvios.

Até por isso há relativamente poucos simuladores compulsivos, e basicamente todos eles são jogadores medíocres.

O risco de perder a credibilidade, afinal, só vale para quem é medíocre de papel passado. É como aquele colega que tenta ficar com o crédito por trabalhos que não fez. Se ele tivesse capacidade para fazer os tais trabalhos, o risco da contravenção não valeria a pena. Como ele não possui tal competência, entende que a única maneira de ascender é pelas vias tortas do roubo.

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De medíocre Neymar não tem nada, claro. Aos 26 anos, já marcou mais gols pela seleção do que o Romário. Só Pelé, Ronaldo e Zico seguem à frente dele – por enquanto. Fora o show. E mesmo assim ele segue simulando como se fosse um jogador de terceira divisão.

É como se Neymar sofresse da mesma patologia da Winona Rider, que foi pega roubando uma loja de roupas no auge da carreira, ou do Henry Sobel, o líder religioso que furtava gravatas.

Seja como for, o desvio comportamental dele virou parte do espetáculo. É até bonito ver alguém tão fora de série escancarando uma fraqueza tão humana a cada jogo.

O fato, no fim, é que Neymar sempre jogou assim, e sempre funcionou. O cara começou fazendo o Santos reviver os anos 60 em plena década de 2010. E, agora, em condições normais de temperatura e pressão, tem tudo para ganhar uma Copa do Mundo – caso a musiquinha desta Copa siga para as próximas, é o nome dele que vai aparecer junto dos de Pelé, Mané, Romário e Fenômeno. Se, além de tudo isso Neymar continuar proporcionando comédias involuntárias, será só um pouco de folclore em meio a uma carreira épica.

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