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Por Alexandre Versignassi
Blog do diretor de redação da SUPER e autor do livro "Crash - Uma Breve História da Economia", finalista do Prêmio Jabuti.
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O avião do Joesley não é do Joesley. É nosso.

O avião que levou Temer de férias não pertence só à família Batista. Parte dele é meu e seu. Entenda como isso torna o caso ainda mais indigesto.

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Atualizado em 13 jun 2017, 12h41 - Publicado em 13 jun 2017, 12h41

A jurista Érica Gorga lembra hoje na Folha de um fato que passou meio batido: o avião de Joesley que levou Temer para passar férias na Bahia não é de Joesley. É da JBS.

Não faz diferença? Claro que faz, porque a JBS não é propriedade da família Batista. Não totalmente: um quarto das ações da companhia são da Caixa Econômica e do BNDES. Esse grande naco da companhia, portanto, é estatal. Pertence a todos os indivíduos com cidadania brasileira.

Outros 30% são posse de investidores privados, que compraram partes da empresa no mercado. A família Batista pode ter o controle, mas detém menos de 50% da JBS.

Não parece, mas isso tira o direito de Joesley, Wesley ou de qualquer outro controlador usar o jato à vontade – seja emprestando para autoridades seja usando a aeronave para passar os finais de semana em Nova York a lazer, como Joesley e família fazem o tempo todo.

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Érica lembra que o uso do jato da empresa para fins alheios aos interesses dos acionistas é ilegal segundo as normas que regem o mercado de capitais. Claro. Um bate-volta para NY, ou um périplo aéreo como o de Temer, custa mais do que você pensa. A FlyVictor, uma empresa de aluguel de jatinhos, cobra R$ 1,2 milhão uma ida e volta SP-NY. A JetSmarter, sua concorrente, pede R$ 3,6 milhões.

Ou seja: voar a lazer com avião da empresa prejudica os acionistas. Se o cara investe para multiplicar o próprio dinheiro e vê sua grana queimar em turbina de jatinho, ele está sendo lesado.

E isso não é uma conclusão solta ao vento. Esse mau uso do dinheiro dos acionistas está sendo investigado pela CVM.

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O uso do avião por Temer, do ponto de vista dos investidores, pode até ser entendido como investimento – tão ilegal quanto se a empresa usasse o avião para traficar drogas, mas ainda assim um investimento, já que o retorno vem na forma de vantagens para a companhia.

Já do nosso ponto de vista, aqui embaixo, é diferente. Somos “acionistas indiretos”, via Caixa e BNDES. Logo, terminamos lesados nas duas pontas: com as viagens a lazer de Joesley e com as das autoridades, que pagam por esse conforto milionário conferindo vantagens para a empresa às custas dos cofres públicos.

Juntando tudo, temos um só fato: tatuaram “vacilão” nas nossas testas.

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