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Por Alexandre Versignassi
Blog do diretor de redação da SUPER e autor do livro "Crash - Uma Breve História da Economia", finalista do Prêmio Jabuti.
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Por um segundo turno com mais ideias, e menos estupidez

Sé teremos um debate de propostas, não de platitudes, se Haddad se apresentar como candidato de fato, não como um garoto de recados.

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Atualizado em 8 out 2018, 13h32 - Publicado em 8 out 2018, 13h31

Estivessem Bolsonaro e uma barata no segundo turno, a barata terminaria com mais de 40%, dada a rejeição monstruosa do capitão. O artrópode perderia, claro. Mas seria uma derrota honrosa. O inseto agradeceria os “votos de metade dos brasileiros”, caso tivesse um cérebro propriamente dito dentro do cefalotórax.

A rejeição a Lula e ao PT, porém, é basicamente a mesma de Bolsonaro em pontos percentuais. Se Haddad quiser superar o desempenho de uma barata, vai ter de mostrar que é maior que seu partido. Que tem alguma luz própria, e que essa luz seja minimamente agradável a quem tem receio de Bolsonaro, mas não está disposto a dar uma carta branca ao passado recente do PT.

Vai ter de dizer coisas que o partido não quer ouvir. Vai ter de falar que não, não quer uma nova constituição, que não cabe a um Presidente reformar o Legislativo.

Vai ter de falar que respeita a decisão da Justiça em relação a Lula, que não cabe a um Presidente intervir no Judiciário.

Vai ter de falar que não foi golpe, pois rigorosamente todas as pessoas a quem ele vai pedir voto agora chamam coisa de “impeachment”.

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Tais atitudes certamente deixariam o PT enfurecido, só que não lhe roubaria um único voto. E não. Isso não é um tutorial para que o candidato minta. É um apelo para que tenhamos um segundo turno de verdade, com debate sobre propostas, e não sobre conceitos vagos. Para que falemos sobre o futuro, não sobre o que já foi resolvido.

A realidade já mudou. Romero Jucá foi perdeu sua vaga eterna de dono do Senado. A família Sarney foi escorraçada da política. PSDB e MDB começam a virar partidos nanicos. O PT implodiu: nem Suplicy, antes praticamente um senador vitalício por São Paulo, eles emplacaram. Dilma, ao contrário do que Lula esperava, não voltou para Brasília “nos braços do povo”. Volta para casa de novo, agora por força do voto.

Mais: até ontem a aposta mais lúcida era a de que o Congresso dificultaria um eventual governo Bolsonaro. Mudou tudo. O PSL, seu partido, elegera um único deputado em 2014. Agora foram 52, o que transforma o ex-nanico no segundo maior partido do Congresso, e dá 10% da Câmara de presente a Bolsonaro. Além disso, o capitão inverteu a lógica a que estávamos acostumados – com o candidato a Presidente oferecendo favores em troca de apoio. São os políticos dos outros partidos que veem pedir a benção de Bolsonaro (caso de Dória em SP, e do derrotado Skaff, que correram para beija a mão do militar reformado em busca de votos para eles próprios).

Mesmo com tudo isso, porém, Bolsonaro segue com uma rejeição particularmente alta. Os 40 e poucos por cento que caberiam a uma barata, enfim,  seu oponente já tem garantido para o segundo turno. Qualquer ponto acima disso será como tirar voto de pedra. Se Haddad pretende mesmo se apresentar como uma alternativa confortável a quem não votou em Bolsonaro no primeiro turno, que se candidate de uma vez. Porque se seguir com a postura de garoto de recados, só lhe restará agradecer “aos votos de metade dos brasileiros”.

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