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Por Bruno Garattoni
Vencedor de 15 prêmios de Jornalismo. Editor da Super.
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Análise: “Força Espacial” é só um blefe do governo Trump

Novo braço do Exército dos EUA, que será dedicado a operações militares no espaço, não passa de um golpe de marketing; entenda por quê

Por Bruno Garattoni Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 13 ago 2018, 17h19 - Publicado em 13 ago 2018, 17h16

Na década de 1960, com a Guerra Fria no auge, os Estados Unidos e a União Soviética realizaram uma série de testes nucleares no espaço. A prática foi banida com o Tratado do Espaço (Outer Space Treaty), assinado em 1967. Mas as duas superpotências nunca deixaram de desenvolver, e testar, armas para uso em órbita.

No ano passado, a Rússia acionou um sistema capaz de embaralhar os sinais dos satélites GPS – e deixou a Ucrânia sem sinal, com o objetivo de atrapalhar ou impedir o funcionamento de drones, mísseis e armas teleguiadas (desde 2014, a Rússia e o governo da Ucrânia travam uma disputa por território). Em fevereiro deste ano, a China fez uma demonstração de seu míssil antissatélites – e os EUA estão desenvolvendo lasers com essa função. Mas a arma mais intrigante do arsenal americano é o X-37, um drone espacial que chegou a ficar mais de 700 dias consecutivos em órbita. Os Estados Unidos não revelam qual é a função da aeronave, uma versão reduzida (e não tripulada) do Ônibus Espacial, nem o que ela carrega – mas é muito provável que seja de uso militar.

Em março, o Congresso dos EUA aprovou a criação da “Força Espacial” (Space Corps), medida que havia sido proposta – e agora, acaba de ser sancionada – pelo presidente Donald Trump. Mas o que muda com ela? Afinal, a ocupação militar do espaço é uma realidade há várias décadas. Já existe, inclusive, uma divisão da Força Aérea americana, a AFSPC (Air Force Space Command), que cuida disso.

Na prática, a criação da Força Espacial não passa de jogada de marketing: é uma tentativa do governo Trump de criar um fato novo e positivo aos olhos do americano médio. Ela é só um rebranding de coisas que já existem. O próprio vice-presidente dos EUA, Mike Pence, deixou entrever isso: “A Força Espacial não será criada do zero (…) Nós [já] temos dezenas de milhares de oficiais militares e civis administrando nossos sistemas espaciais”.

O volume de dinheiro envolvido também dá a entender que a função da Força Espacial será mais decorativa do que efetiva: o Executivo pediu ao Congresso que autorize uma verba anual de US$ 1,6 bilhão para a nova divisão. Para os padrões americanos, trata-se de algo irrisório: representa apenas 0,27% do orçamento militar dos EUA – e é muito menos, inclusive, do que os US$ 7,75 bilhões anuais hoje gastos pela AFSPC.

Em suma: a Força Espacial não deverá fazer nada que os Estados Unidos já não estejam fazendo hoje. Seu real objetivo é desviar a atenção do americano médio de áreas nas quais o governo Trump tem enfrentado dificuldades, como a questão dos imigrantes ilegais e a guerra comercial com a China.

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