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Por Bruno Garattoni
Vencedor de 15 prêmios de Jornalismo. Editor da Super.
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Cientistas identificam quatro variantes do coronavírus geradas por recombinação genética

Processo consiste na troca direta de RNA entre duas cepas do vírus e pode gerar linhagens híbridas com mais mutações, acelerando a evolução do Sars-CoV-2; novas variantes, que ainda são raras, derivam da inglesa B.1.1.7

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Atualizado em 24 mar 2021, 18h18 - Publicado em 24 mar 2021, 14h09

Processo consiste na troca direta de RNA entre duas cepas do vírus e pode gerar linhagens híbridas com mais mutações, acelerando a evolução do Sars-CoV-2; novas variantes, que ainda são raras, derivam da inglesa B.1.1.7 

Há dois caminhos para um vírus acumular mutações. Elas podem acontecer por erros de cópia, que introduzem alterações no código genético do vírus (e, caso tragam benefícios significativos a ele, podem se consolidar em uma nova variante), ou pela chamada recombinação genética: a troca direta de material entre dois vírus. A recombinação pode ocorrer quando eles infectam a mesma célula – e, em fevereiro, foi detectada pela primeira vez com duas cepas do Sars-CoV-2, que se misturaram e deram origem a um híbrido.

Agora, cientistas da Universidade de Oxford e de outras instituições inglesas identificaram quatro variantes híbridas do coronavírus, formadas pela recombinação genética da B.1.1.7 com outras cepas. A primeira delas, que está presente em três amostras coletadas no País de Gales, é uma fusão da B.1.1.7 com a B.1.177. As outras, que foram identificadas em oito amostras colhidas no centro-sul da Inglaterra, combinam a B.1.1.7 com as cepas B.1.36.28, B.1.221.1 e B.1.36.17. Veja no quadro abaixo:

gráfico
Cepas híbridas do Sars-CoV-2 identificadas no Reino Unido (itens Group A, B, C e D). Repare como elas combinam trechos da cepa B.1.1.7, destacada na cor azul, com outras (em bege). Os itens inferiores (identificados pelas siglas CAMC, MILK e QEUH) se referem a outras quatro variantes que provavelmente também foram geradas por recombinação genética – mas não é possível afirmar com certeza. (Pre-print/Reprodução)

A recombinação genética é um processo evolutivo normal, e pode ocorrer quando um mesmo indivíduo é infectado por dois vírus, ou duas cepas do mesmo vírus. No caso do Sars-CoV-2, ela acontece quando a enzima “RNA polimerase dependente de RNA”, que o vírus usa para se replicar, apresenta uma falha e se desprende da fita de RNA, interrompendo temporariamente a cópia. Se houver outro vírus (ou outra cepa do mesmo vírus) dentro da mesma célula, a enzima pode se acoplar a ele ao recomeçar o trabalho. 

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Esse pulo resulta num vírus híbrido, que combina pedaços dos dois originais. Ao contrário das variantes geradas pelas mutações “tradicionais”, que costumam apresentar um número relativamente pequeno de alterações, a recombinação genética pode modificar grandes segmentos do vírus de uma só vez, acelerando sua evolução. 

As novas variantes híbridas provavelmente surgiram entre outubro de 2020 e janeiro de 2021, período que coincide com a explosão demográfica da cepa B.1.1.7 no Reino Unido. É a primeira vez que elas são descritas – e, por isso, não foram batizadas com siglas. Para que isso seja feito, a variante precisa ser detectada em uma quantidade mínima de amostras. Quando/se isso ocorrer, as cepas recombinantes serão identificadas pela letra X: XA, XB, XC (para tipos principais) e XAA, XAB, XBA, etc (para subtipos).  

O estudo não avaliou o comportamento das novas variantes – e, portanto, não é possível determinar se elas são mais contagiosas (como a B.1.1.7, sua antecessora) ou agressivas. Elas não necessariamente irão se propagar. “O surgimento de genomas recombinantes do Sars-CoV-2 é esperado, e não terá implicações imediatas para a trajetória da pandemia”, opinam os autores do estudo.

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