Assine SUPER por R$2,00/semana
Imagem Blog

Bruno Garattoni Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Bruno Garattoni
Vencedor de 15 prêmios de Jornalismo. Editor da Super.
Continua após publicidade

Pólen de árvores pode ajudar a espalhar o Sars-CoV-2

Por Bruno Garattoni Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 23 jun 2021, 12h41 - Publicado em 23 jun 2021, 11h08

Estudo indica que pólen liberado pelo salgueiro-branco, uma espécie comum nos EUA, pode carregar o vírus e distribui-lo por grandes grupos de pessoas 

O pólen é um pó muito fino, com grânulos microscópicos, que contém os gametas masculinos das plantas. Ele flutua no ar, ou é transportado por insetos, até chegar ao pistilo – a parte feminina das plantas, que é fecundada pelos gametas. Muitas espécies liberam pólen, que é mais comum na primavera e causa rinite alérgica em algumas pessoas. Mas um novo estudo indica que ele também pode ter outro efeito: ajudar a carregar o Sars-CoV-2 pelo ar e espalhá-lo por uma área maior.

O estudo, que foi publicado ontem na revista do Instituto Americano de Física (AIP), simulou em computador a propagação dos grãozinhos de pólen do salgueiro-branco (Salix alba), uma árvore comum nos EUA. Os autores consideraram o seguinte cenário: 10 mil grãos de pólen, com vento fraco (4 km/h) e temperatura ambiente de 22 graus, e dois contingentes de pessoas -com 11 e 97 indivíduos, respectivamente- localizados a 20 metros de distância da árvore.  

Quando o pólen chega até as pessoas, o coronavírus presente no ar (que foi expelido por alguma delas) adere aos grânulos – e se propaga levado por eles. No grupo menor, de 11 pessoas, isso não faz muita diferença: a nuvem de pólen simplesmente atravessa o grupo e vai embora rápido. Mas no grupo maior, de 97 pessoas, o resultado é outro. Os corpos das pessoas freiam a passagem do ar, fazendo com que o pólen circule entre elas – e o vírus cubra grande parte do grupo, mesmo com os indivíduos a 2 metros um do outro (distanciamento que costuma ser recomendado como medida de prevenção do contágio). 

Continua após a publicidade
ilustração
Grãos de pólen liberados por salgueiro-branco e seu espalhamento, ao longo de dois minutos, num grupo de 97 indivíduos. (AIP Physics of Fluids/Reprodução)

Sem a presença do pólen, os vírions desceriam mais rapidamente para o chão, pois estão contidos em microgotículas de saliva (que as pessoas emitem ao falar). Quando o Sars-CoV-2 adere ao pólen, que é mais leve, ele se libera das microgotículas – e pode ficar no ar por mais tempo, bem como cobrir maiores distâncias levado pelo vento.

O estudo também traz um mapa comparando a presença do salgueiro-branco com os casos de Covid-19 registrados nos EUA no ano passado entre abril e agosto – período que engloba a primavera e o verão no hemisfério Norte. Veja abaixo:

Continua após a publicidade
mapa
Áreas dos EUA com pólen do salgueiro-branco (itens A e B) e regiões com maior incidência per capita de Covid durante o período de polinização. (AIP Physics of Fluids/Reprodução)

O estudo se limitou à simulação aerodinâmica, e não entrou na parte biológica. Não modelou, por exemplo, a carga viral dentro da nuvem de pólen, ou quantas das 97 pessoas poderiam desenvolver Covid-19 após serem expostas a ela (inclusive porque a “dose mínima infectante”, quantidade de vírions que um indivíduo precisa aspirar para ter a doença, ainda não foi determinada pela ciência). 

O salgueiro-branco não é comum no Brasil – aqui prevalecem outros tipos, como o salgueiro-chorão (Salyx babylonica), que pode ser encontrado em vários estados.  

Continua após a publicidade

A relação entre pólen e Covid já havia sido apontada, de forma indireta, por um estudo europeu que analisou 130 localidades em 31 países – e constatou que as áreas com mais casos da doença costumavam ter maiores níveis de pólen. 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 12,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.