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Estudos científicos e reflexões filosóficas para ajudar você a entender um pouco melhor os outros e a si mesmo. Por Ana Prado
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A vontade de ter autocontrole pode diminuir… seu autocontrole

Por Ana Prado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 1 Maio 2017, 19h52 - Publicado em 1 Maio 2017, 19h44

O autocontrole é um atributo valioso para quem quer alcançar qualquer objetivo, seja manter uma dieta, economizar dinheiro ou se tornar uma pessoa mais focada no trabalho. Sua importância, na verdade, é muito mais antiga do que qualquer uma dessas situações: ela foi (e continua sendo) uma vantagem evolutiva fundamental para que os humanos pudessem passar a viver em sociedade.

Assim, é natural prezar por essa capacidade – e não faltam métodos para ajudar a desenvolvê-la. Mas aí é que vem a grande ironia: querer ter mais autocontrole pode diminuir nossa capacidade de exercê-lo, independentemente de quão controlados nós sejamos.

Os responsáveis pela descoberta foram Liad Uziel, do Departamento de Psicologia da Universidade Bar-Ilan (em Israel), e Roy F. Baumeister, da Universidade Estadual da Flórida, considerado um dos principais pesquisadores do autocontrole no mundo (e um dos mais citados de todos os tempos na psicologia social).

“O autocontrole é uma capacidade humana altamente adaptativa. Considerando que os seus benefícios estão bem documentados, pouco se sabe sobre o impacto de querer desenvolvê-lo”, diz o estudo, publicado recentemente no Personality and Social Psychology Bulletin, periódico oficial da Sociedade de Personalidade e Psicologia Social.

Para entender melhor a questão, os autores realizaram quatro experimentos. Neles, um total de 635 voluntários deveriam realizar tarefas que exigiam muito ou pouco autocontrole. Em alguns dos estudos, o já existente desejo de autocontrole dos participantes foi medido (foi criada uma escala específica para medir isso); em outros casos, esse desejo foi manipulado: as pessoas deveriam pensar nos benefícios de ter mais autocontrole e então realizar a tarefa proposta.

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O culpado de tudo

O primeiro e o segundo estudos mostraram que ter um forte desejo (manipulado ou não) de autocontrole prejudicou o desempenho dos voluntários em uma tarefa exigente (ou seja, que exigia mais desse autocontrole), mas não em uma tarefa simples.

Os estudos 3 e 4 mostraram a razão por que isso acontece: quando somos confrontados com uma tarefa difícil, o nosso desejo de autocontrole acaba se traduzindo em baixa autoconfiança – nós ficamos com a sensação de que não temos essa capacidade em um nível suficiente. Isso leva a uma queda no que os psicólogos chamam de autoeficácia, ou a crença nas nossas próprias habilidades. E uma baixa autoeficácia leva à perda de engajamento na tarefa que temos a desempenhar. Nós achamos que não somos capazes e aí nos esforçamos menos, como uma profecia autorrealizável.

Esse efeito é tão forte que provoca resultados homogêneos, não importa a predisposição básica de exercer autocontrole que cada pessoa já tenha. Isso quer dizer que tanto as pessoas mais controladas quanto as menos controladas tiveram desempenhos semelhantes quando carregavam um forte desejo de ser desenvolver mais essa capacidade.

Moral da história: confie que você é capaz de fazer as coisas que se propões a fazer e tente não exigir demais de você mesmo.

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O estudo pode ser acessado aqui.

Dica extra

A busca pelo autocontrole muitas vezes está relacionada à busca por outros objetivos importantes na nossa vida. Neste blog, eu costumo explorar com frequência as várias formas como a ciência pode nos ajudar a estabelecer e alcançar diferentes objetivos – e tenho o enorme de orgulho de anunciar que esse projeto virou livro. “Seja mais produtivo. Agora.” está chegando às bancas de todo o Brasil!

(foto: Dulla | lettering: Thales Molina/Superinteressante)
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