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Estudos científicos e reflexões filosóficas para ajudar você a entender um pouco melhor os outros e a si mesmo. Por Ana Prado
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Quer resistir a uma tentação? Ser racional nem sempre funciona

Por Ana Carolina Prado
Atualizado em 21 dez 2016, 09h50 - Publicado em 26 out 2011, 17h10

O que você faria se estivesse de dieta e se deparasse com um donut enorme de chocolate fresquinho? Ou se estivesse se tratando contra o alcoolismo e alguém lhe oferecesse a melhor bebida do mundo? A melhor coisa a fazer seria ser racional e parar para pensar nos seus objetivos, certo? Pois isso nem sempre funciona – pelo menos segundo um estudo da Kellogg School of Management, da Universidade Northwestern (EUA), publicado recentemente no jornal Psychological Science.

Segundo os pesquisadores, as pessoas tendem a pensar que a racionalidade é oposta aos desejos proibidos e pode vencê-lo se nos esforçarmos. Mas eles descobriram que nem sempre é assim – e que o seu pensamento pode jogar no time da tentação em algumas situações.

O resultado pode ser surpreendente, mas a literatura científica envolvendo tentações e prazeres também é bastante contraditória. Um lado defende que a presença da tentação distorce a cognição de modo a provocar o comportamento impulsivo. Outro diz que as tentações na verdade fortalecem os processos que promovem o autocontrole. Loran Nordgren e Eileen Chou, líderes da pesquisa, resolveram colocar essas duas vertentes à prova. Segundo Loran Nordgren, o grande problema é que os dois lados deixam de fora um fator importantíssimo: a interação entre a tentação e o chamado “estado visceral” (fome, sede, desejo sexual, saciedade e desejo), que determina se os processos cognitivos serão orientados em relação ao comportamento impulsivo ou ao autocontrole.

Os experimentos testaram, então, diferentes mecanismos cognitivos, incluindo a atenção e a “avaliação motivada” (o quanto nos preocupamos com algo, dependendo das recompensas) para ver como eles foram afetados pela tentação. Para um dos testes, foram recrutados 49 estudantes do sexo masculino que tinham namoradas. Parte deles tiveram que assistir a um filme erótico que os deixou em um estado que os cientistas consideraram excitado ou “quente”; os outros assistiram à gravação de um desfile de moda, criando um estado “frio”. Os pesquisadores, em seguida, lhes mostraram imagens de mulheres atraentes e observaram por quanto tempo eles olharam para elas. O procedimento foi repetido uma semana depois, mas com uma diferença: desta vez, foi dito aos voluntários que as mulheres das fotos eram estudantes solteiras e disponíveis – ou seja, eram “tentações”. Resultado: os homens em estado excitado olhavam as fotos por mais tempo. Neste caso, mais tentação promoveu menos fidelidade quando somado a uma situação em que já estavam num estado mental mais “quente”. Já os homens em estado “frio” fizeram o oposto: olharam por menos tempo para elas.

Em um segundo teste, 53 fumantes foram instruídos a fumar imediatamente antes do experimento, enquanto o resto se absteve por três horas. Em seguida, ambos os grupos – os saciados e os não saciados – avaliaram o prazer de fumar, mostrando o quanto eles valorizavam os cigarros. Numa segunda fase, repetiram-se as mesmas condições e as mesmas perguntas, mas todos tiveram que fazer uma escolha: esperar 40 minutos para fumar e ganhar 3 euros ou fumar imediatamente e não ganhar nada. Resultado: os fumantes saciados adiaram a gratificação mais facilmente – e também deram uma avaliação inferior ao prazer de fumar em relação à primeira vez, enquanto aqueles que estavam com vontade de fumar o classificaram como superior a antes. O grupo “frio”, ou saciado, se deu razões para esperar; o “quente”, para se entregar.

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Razão x paixão

Segundo os pesquisadores, as pessoas têm a tendência de pensar que a razão sempre serve a interesses de longo prazo e a paixão serve a gratificações imediatas – algo como o anjinho em um ombro e o diabinho no outro. Então, quando você está com fome ou com certas vontades (no estado “quente”, digamos), você acaba ignorando o anjo e sucumbindo ao diabinho.

O estudo sugere, porém, que não é sempre assim: “Necessidade ou desejo corrompem os processos cognitivos que ajudam você a interromper esse comportamento”, exmplica Nordgren. “Quando você está desejando algo e sendo tentado, a sua racionalização sucumbe. Assim, em um estado quente, você tem o diabinho em ambos os ombros.” Então, meu chapa, nem adianta muito contar com o seu cérebro para ajudá-lo a tomar um decisão. O ideal é fugir da situação, mesmo.

Do MedicalXpress

 

P.S.: Nessa pegada de tentações e desejo, você já leu a SUPER de novembro que acabou de chegar? A matéria de capa traz esse tema e ainda dá umas dicas de como desenvolver o autocontrole.

 

 

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