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Casa de repouso na Holanda abriga universitários em troca de companhia

Por Vanessa Daraya
Atualizado em 21 dez 2016, 10h17 - Publicado em 15 abr 2015, 19h00

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Na casa de repouso Humanitas, em Deventer, na Holanda, é comum observar longos e gostosos bate-papos entre jovens e idosos. As conversas parecem acontecer entre netos e avós que se gostam muito. Todos moram juntos, só que não há vínculo sanguíneo entre eles.

Essa interação entre gerações, que coloca sob o mesmo teto 160 idosos e seis universitários faz parte de um projeto inovador, que começou há dois anos, quando o estudante Onno Selbach entrou em contato com a gerente da casa de repouso, Gea Sijpkes. Ele reclamava do excesso de barulho, das condições precárias da universidade onde morava – com alojamentos caros e pequenos – e sugeria um intercâmbio.

Lá, os estudantes das universidades Saxion e Windesheim não precisam pagar aluguel, desde que passem ao menos 30 horas por mês como “bons companheiros” dos idosos. O objetivo é reduzir a solidão dos mais velhos e acabar com a imagem negativa que muitos têm sobre o processo de envelhecimento.

Os estudantes participam de diversas atividades com os moradores. Preparam refeições, fazem compras, comemoram aniversários, assistem TV e fazem companhia quando alguém adoece. Também planejam atividades de acordo com os interesses de cada um.

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Quando um grupo de idosos demonstrou interesse por grafites, por exemplo, os alunos os levaram para as ruas, munidos de spray e pedaços de papelão para ensiná-los sobre essa forma de arte. Já o morador Anton Groot Koerkamp, de 85 anos, se interessou por aulas de informática. Jurrien Johanna, seu vizinho de 22 anos, se prontificou a ajudá-lo. Hoje, Anton já sabe navegar na internet, tem perfil no Facebook e envia e-mails.

São relações como a de Anton e Jurrien que rompem o isolamento social e a solidão – tão comuns entre os idosos -, responsáveis pelo aumento dos casos de depressão e até de mortalidade. Só que é difícil dizer quem se beneficia mais com o projeto. Os moradores desfrutam – e muito – da presença dos jovens, mas os estudantes também aprendem. Essa conexão entre gerações cria interações sociais positivas e benéficas para todos os residentes da casa de repouso, sejam jovens ou idosos. É uma belíssima forma de criar um ambiente acolhedor e acabar com a barreira dos idosos com o mundo exterior.

Os jovens podem entrar e sair quando necessário, desde que não incomodem os mais velhos. Mas não é qualquer aluno que pode morar nesta simpática casa! Os interessados passam por processo de seleção criterioso antes de se mudar para lá. Na avaliação, são levadas em conta a origem do estudante e suas motivações para o trabalho no local.

O projeto criativo da Humanitas já ultrapassou as fronteiras holandesas. Intercâmbios de gerações têm surgido na França, Reino Unido e Estados Unidos. Em alguns países, idosos independentes alugam quartos com desconto para estudantes.

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Mas os pioneiros são os espanhóis, que começaram as experiências de habitação compartilhada em 1996, em Barcelona. Segundo a Associação Internacional de Lares e Serviços para o Envelhecimento* (IAHSA, na sigla em inglês), o programa funciona hoje em mais de 27 cidades.

Espero que a ideia chegue ao Brasil e, aos poucos, melhore o sistema atual de atendimento ao idoso. Afinal, a população mundial está ficando mais velha. A vida está cada vez mais longa, mas nascem menos crianças. E todos, sejam crianças, jovens, adultos ou idosos, precisamos aprender a conviver com as diferenças (e com todas as idades).

*Associação Internacional de Lares e Serviços para o Envelhecimento

Foto: Cortesia/Divulgação/Humanitas

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