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8 drogas ilegais que já foram (ou ainda são) prescrição médica

Por Livia Aguiar
Atualizado em 21 dez 2016, 10h13 - Publicado em 14 jun 2011, 13h55

A proibição e restrição ao uso de drogas não tem nem 100 anos no Brasil. A primeira lei que tentou controlar o uso de alguma substância foi formulada em 1921 após pressões internacionais em uma convenção em 1911. O mais estranho é ver que drogas muito pesadas e altamente viciantes não eram apenas permitidas: elas eram recomendadas pelos médicos para tratar doenças comuns.

Ópio

Extraído da semente de papoula, tem cor marrom e é fumado em um cachimbo ou mascado. Causa euforia breve, seguida de torpor com alucinações. É dele que é extraída a morfina – utilizada ainda hoje na medicina como anestésico e potente remédio contra a dor. Seus usuários emagrecem e ficam amarelados, além de perderem capacidades intelectuais e físicas. Não é uma droga muito difundida no Brasil – ainda bem, pois seus viciados podem realmente morrer de abstinência se ficarem sem ópio por mais de 12 horas. Proibido no Brasil durante a primeira leva de leis antidrogas, em 1921.

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Heroína

Derivada do ópio, foi sintetizada no final do século XIX para ser uma alternativa não-viciante para a morfina, como tratamento para dor e para tosse de crianças (!) . Seu uso preferencial é intravenoso, pois o efeito ocorre mais rapidamente – e mais devastador. Ela causa efeitos similares ao ópio, como euforia, conforto e sonolência. O seu uso constante pode causar surdez, cegueira e inflamações nas válvulas cardíacas. Metabolizada no fígado, ela pode afetar inclusive os filhos de consumidoras, por ultrapassar a placenta das grávidas. Estas crianças nascem com deformidades e já são super dependentes da droga desde o berço. Ironicamente, descobriu-se mais tarde que ela era ainda mais viciante que morfina e foi proibida no Brasil em 1921.

Cocaína

A folha de coca é a planta divina dos Incas (império précolombiano que dominava o oeste da América do Sul). Em sua forma natural, não causa dependência, é legalizada e amplamente utilizada na Bolívia e Peru, onde inclusive é considerada necessária à sobrevivência em altitude por facilitar a absorção de oxigênio pelo pulmão no ar rarefeito.
Já a cocaína, sintetizada a partir da folha de coca, é proibida nestes países assim como no resto do mundo. Vendida em pó, é geralmente aspirada. Seus efeitos principais são: euforia, diminuição da fadiga, insônia e falta de apetite. Devido à presença de dopamina, é uma droga altamente viciante. O desenvolvimento de tolerância à ela faz com que o usuário sinta efeitos negativos ao consumir pequenas doses de cocaína, como paranoia e agressividade. Seu uso pode causar necrose nas vias nasais e, se consumida em excesso, pode levar à overdose e à morte.
No começo do século XX a cocaína era vendida nas farmácias como tônico e analgésico. A Coca-Cola era basicamente um xarope de coca até 1903, quando os fabricantes, preocupados com os riscos de dependência, a retiraram da fórmula e a sustituíram por cafeína (também estimulante e viciante, mas em menor grau). Em 1914, a cocaína foi proibida nos EUA e mais tarde, em 1921, no Brasil.

LSD

O ácido lisérgico, comummente chamado de “doce”, é uma das drogas mais alucinógenas que existem. Sintetizado pela primeira vez em 1938 a partir de um fungo, seus efeitos só foram descobertos em 1943 por acidente. Sob o nome de Delysid, foi utilizado no tratamento de esquizofrenia, disfunções sexuais e alcoolismo, com a chamada psicoterapia psicodélica, até meados de 1970. Ainda que não cause dependência física, o LSD pode causar dependência psicológica, por ser uma substância que amplifica as emoções do usuário, sejam essas positivas ou negativas.

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Ecstasy

A patente do ecstasy remonta a 1912, para uso militar (pois diminui a fome e o sono) mas ele foi esquecido até meados da década de 1960, quando um professor estadunidense começou a utiliza-lo em psicoterapias. Com o tempo, seu uso se ampliou para melhorar o ânimo e o desejo sexual. Comercializado em forma de pílula, também é chamado de “bala” no Brasil. Ele causa euforia, sensação de bem-estar, aumento da percepção sensorial e grande perda de líquidos. Entre 1999 e 2004, mais de 250 pessoas morreram no Reino Unido depois de tomar bala, por superaquecimento, falha no coração ou beber muita ou pouca água. Com o uso constante, o ecstasy pode levar à perda de eficácia do cérebro e a perda de memória.

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GHB

Também conhecido como uma das drogas do “Boa Noite Cinderela”, o GHB foi sintetizado em laboratório na década de 1930 e utilizado como hipnótico e anestésico a partir da década de 1960. Mais tarde, percebeu-se que pessoas mal intencionadas estavam utilizando-o para estuprar e roubar, pois a droga causa perda de controle, relaxamento muscular e desorientação ao usuário. Foi proibido na década de 1990. No Brasil, porém, é ainda utilizado em raros casos de distúrbios do sono e epilepsia.

Metanfetamina

Criada por um químico japonês em 1893, a tina (ou cristal meta) começou a ser utilizada no começo do século XX no tratamento de epilepsia, alcoolismo, obesidade mórbida, deficit de atenção, depressão e até alergias. Rapidamente, porém, notou-se seu alto potencial viciante e foi proibida. Vendida na forma de cristais, estes podem ser fumados ou esmagados até virar pó. Em forma de pó, pode ser cheirado ou misturado com água e injetado. Causa euforia, dimiui o apetite, intensifica emoções, entre outras sensações. Em pouco tempo o usuário precisa aumentar a dose para sentir seus efeitos. Ela também desperta comportamento psicótico e violento devido aos danos que ela causa ao sistema nervoso central e pode desencadear psicoses e problemas de saúde graves e permanentes.

Maconha

Considerada a mais leve das drogas ilegais e a mais consumida no mundo. Consiste em folhas e flores secas de Cannabis fumadas em cigarros ou cachimbos. A droga pode ter efeito tanto entorpecente quanto estimulante e já foi utilizada como “soro da verdade” por uma agência governamental nos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial (!). No Brasil, ela era vendida com o nome de Cigarros Índios, indicados para asma, tosse, rouquidão e insônia.
Proibida em nosso país a partir de 1930, ainda há discussões da necessidade de sua legalização. Na Holanda, é possível comprá-la legalmente em locais destinados a este fim e o governo dos EUA a distribui de graça estritamente para uso medicinal (tratamento de glaucoma, náuseas, vômitos e analgesia em geral). Confira nosso especial sobre a maconha.

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