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Einstein confirmado: buracos negros têm horizonte de eventos

Encontrada a primeira evidência experimental de que os buracos negros têm um horizonte de eventos – ou seja, de que eles engolem astros ao pé da letra

Por Bruno Vaiano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 7 jun 2017, 18h37 - Publicado em 31 Maio 2017, 16h58

Vamos começar com a afirmação mais óbvia já feita na SUPER: a Terra gira em torno do Sol, assim como os outros planetas, muito distantes de nós, giram em torno de suas respectivas estrelas. Tudo isso, por sua vez, gira em torno do centro da Via Láctea, nossa galáxia. Não desanime, leitor, esse texto já vai ficar legal (falando nisso, quem já entende como funciona um buraco negro pode pular para o parágrafo oito).

Esse é o hábito mais comum do cosmos: no vácuo do espaço, tudo está sempre girando em torno de tudo. A culpa, como você (de novo) já sabe, é de um negócio chamado gravidade.

É aí que complica. Todo mundo já viu a gravidade se manifestar – basta tropeçar ou deixar um prato cair. Mas como exatamente ela faz isso? De onde vem essa força invisível, intocável, e o que a torna capaz de nos puxar para baixo?

Ela faz isso curvando o tecido do espaço-tempo – e esse é um princípio físico mais fácil de entender do que parece. Faça o seguinte: distribua um punhado de bolinhas de gude na superfície de um colchão. Elas ficarão paradas, certo? Agora sente no meio delas. O colchão vai afundar, e todas vão rolar em sua direção até encostar em você.

O Sol faz a mesma coisa. Ele é tão grande que afunda o “colchão” do universo – e todas as bolinhas de gude próximas, que atendem pelo nome de planetas, se acumulam em torno dele.  

Mas o que acontece se você soltar uma bigorna de uma tonelada no colchão? Bem, ela é tão pesada que rasga a espuma e arrasta todas as bolinhas para o buraco. Se você acha que essa cena, apesar de absurda na prática, faz todo o sentido na teoria, palmas: Einstein concorda com você.

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A bigorna no colchão é o que os físicos chamam de buraco negro. Uma região com tanta massa, mas tanta massa concentrada em um espaço tão pequeno que a própria estrutura do universo não aguenta o tranco e afunda de vez. Quem cai ali não sai mais – nem a luz escapa.

Uma cena linda, mas hipotética: é complicado provar a existência de algo invisível. A ciência tem bons motivos para acreditar em algo chamado horizonte de eventos. É um perímetro de não-retorno. Qualquer corpo celeste que passe desse limite será engolido pelo buraco negro e nunca mais dará sinal de vida.

Só há um jeito de confirmar a existência dessa barreira: ficar de sentinela observando um lugar no céu que provavelmente contém um buraco negro, e depois esperar algo muito grande, como uma estrela, cair nele para ver o que acontece. Foi isso que fez um grupo de astrônomos da Universidade do Texas. Os resultados do estudo estão publicados no periódico Monthly Notices of the Royal Astronomic Society.

Caso a estrela sumisse de vez – fosse realmente engolida, sem deixar rastros –, ficaria provado que o buraco é mesmo um buraco, um espaço vazio. Por outro lado, se ela explodisse de um jeito mais “pirotécnico”, a física precisaria considerar a possibilidade de que buracos negros não sejam buracos ao pé da letra – e sim objetos muito densos e misteriosos que de alguma forma têm superfície, que de alguma forma são alguma coisa.

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“Nossa ideia foi transformar o conceito de horizonte de eventos em ciência experimental, descobrir se ele realmente existe ou não”, afirmou à assessoria da Royal Society o pesquisador Pawan Kumar, um dos autores do artigo.

O método para fazer isso não é tão difícil de explicar. Quase toda galáxia tem um buraco negro em seu centro, e estrelas caem lá em intervalos regulares. Se eles fossem superfícies sólidas, o gás das estrelas em rota de colisão se espalharia com o impacto, e a explosão seria visível de muito longe. Se eles fossem buracos, por outro lado, a estrela seria discretamente engolida pelo orifício.

Partindo dessa premissa, bastou comparar o número de vezes em que são observadas explosões desse tipo com o número médio de estrelas que são engolidas pelo buraco negro estudado em um determinado intervalo de tempo.

Os números não bateram. O que significa que os buracos são buracos mesmo. Ufa, ninguém estragou sua infância.

“Nosso trabalho sugere que alguns, ou talvez todos os buracos negros têm horizontes de eventos, e que a matéria realmente desaparece do universo observável quando é empurrada para dentro de um desses objetos exóticos”, afirmou Ramesh Narayan, outro responsável pela pesquisa. “O resultado confirma expectativas de décadas, a Relatividade Geral de Einstein passou por um teste crítico.”

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Boa, Einstein. Você não vai errar tão cedo.

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