Já viu um contêiner-fazenda? Ele produz comida fresca e, ainda, gasta pouca água
Do lado de fora, o contêiner da foto acima é um recipiente de transporte comum. Mas por dentro, tem cerca de 2.800 pontos de plantio distribuídos nos seus 30 m². Trata-se do CropBox*: uma pequena “fazenda”móvel, que gasta 90% menos água e usa 80% menos fertilizantes que a agricultura convencional, garantem os inventores Ben Greene e Tyler Nethers.
Manufaturado pela fabricante de estufas Williamson Greenhouses, o projeto tem uma proposta simples: produzir grandes quantidades de vegetais locais e frescos durante todo o ano, ocupando pouco espaço e sem usar pesticidas. A ideia partiu de Greene, em 2008, como parte de sua tese de mestrado em design industrial na Universidade Estadual da Carolina do Norte. Eventualmente, Nethers se juntou ao projeto.
Para isso, o interior do contêiner foi equipado com sistema de plantação hidropônica e de monitoramento de 18 sensores instalados na estufa via internet. Ou seja, elementos do ambiente – tais como iluminação, temperatura do ar e da água, pH, quantidade de gás carbônico, nível de água e umidade – podem ser ajustados à distância.
Por enquanto, o sistema usa quase duas vezes mais energia no inverno do que uma estufa comum. Mas os desenvolvedores estão buscando uma alternativa com iluminação LED, que reduziria 60% do uso de energia elétrica.
Cada unidade está sendo vendida por quase 50 mil dólares, que podem ser pagos em dois anos e sete meses. Apesar do preço do contêiner ainda não ser amigável, a companhia afirma que, dependendo do mercado, dos cultivos e da experiência do “fazendeiro”, o retorno financeiro vem entre sete meses e três anos.
Além de um produto para fazendeiros, pode ser também uma boa solução para lugares que sofrem com escassez de água ou mesmo para cidades, onde há pouco espaço para cultivo, já que o CropBox pode ser instalado tanto horizontal quanto verticalmente. Na agricultura urbana, o “local ideal”, na prática, não existe: é o primeiro a ser encontrado. Pode ser um telhado, um prédio abandonado ou – por que não? – um contêiner.
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