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10 pessoas que lutam contra a homofobia e a transfobia mundo afora

Por Redação Super
Atualizado em 21 dez 2016, 10h12 - Publicado em 16 Maio 2014, 17h07

Por Mariana Cepeda

O Dia Internacional Contra a Homofobia e a Transfobia, festejado em 17 de Maio desde 2005, comemora a data em que homossexualidade foi retirada da lista de doenças da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 1990. Neste dia, comumente são realizadas passeatas e outros eventos em diferentes países para estimular a conscientização e para combater a violência contra indivíduos cuja sexualidade e identidade de gênero estão fora dos padrões convencionais.

Assim como no início do movimento pelos direitos dos homossexuais, esse dia era voltado para os direitos de gays e lésbicas e para o combate à homofobia. No entanto, logo foi preciso abraçar outras minorias, como bissexuais, transsexuais, transgêneros e intersexuais, para que a igualdade fosse possível para todos. E para que tivessem fim o desrespeito e a violência contra qualquer um, simplesmente por ser diferente em sua orientação sexual ou identificação com determinado gênero.

Felizmente, o número de pessoas que lutam contra a homofobia e a favor dos direitos dos indivíduos LGBTs – lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros – é muito maior do que 10. Como não temos espaço para homenagear a todos nesta lista, escolhemos dez representantes de um movimento que cresce cada vez mais no mundo e alcança cada vez mais conquistas, ainda que o cenário de grande parte dos países não seja muito favorável.

 

1. Arsham Parsi (Irã)

Arshamparsi

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Exilado de seu país e alvo de diversas ameaças de morte, Arsham Parsi atualmente continua no Canadá o seu ativismo “queer”. Em inglês, a palavra significa “esquisito” (mais ou menos como o xingamento “bicha”, no Brasil) e se dirige a diferentes grupos minoritários, como homossexuais, bissexuais e transgêneros, que não se enquadram em determinados padrões normativos. Hoje o termo é utilizado por ativistas desses grupos excluídos como uma forma de afirmar suas diferenças e, ao mesmo tempo, buscar seus direitos. Adepto desse movimento teórico-político, Parsi faz parte de diversas organizações e fundou em 2008 o Iranian Railroad for Queer Refugees, uma ONG que fornece ajuda a iranianos queer. Fornecendo informações, apoio financeiro e ajuda com formulários e processos de imigração, a ONG ajuda indivíduos de minorias sexuais, que podem ser punidos com a morte, segundo a lei do Irã. Atualmente, também juntam documentação sobre violações aos direitos humanos cometidos pelo governo iraniano e demandam providências internacionais.

 

Leia também: Homofobia é coisa de veado

 

2. Stephen Whittle (Reino Unido)

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Quando nasceu, Stephen Whittle foi designado como menina. Mas, ainda na escola, começou a perceber um enorme desejo de ser homem. Depois de ler sobre casos de transsexualidade e decidir se assumir como um homem, Whittle começou seu tratamento hormonal aos 20 anos. Mais de duas décadas depois, ele se submeteu a cirurgias de faloplastia, que aconteceram entre 2001 e 2003. Depois de anos lutando para poder se casar legalmente, em 2005 finalmente se casou com Sarah Rutherford e, atualmente, tem quatro filhos por inseminação artificial. Pesquisador acadêmico na área e ativo em diversas comunidades que lutam pelos direitos de transgêneros, Whittle também foi co-fundador e vice-presidente do grupo Press for Change, que luta por reconhecimento legal completo para indivíduos trans na Grã-Bretanha. Mesmo tendo sido diagnosticado com esclerose múltipla em 2002, doença que tem piorado nos últimos anos, Whittle permanece advogando pela causa, participando de atividades voluntárias e estudando e escrevendo sobre a transsexualidade.

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3. Li Yinhe (China)

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Socióloga, sexóloga e ativista LGBT, Li Yinhe luta há anos por uma maior tolerância em relação a atividades sexuais não convencionais, como o sadomasoquismo. Além de defender a descriminalização de orgias, da pornografia e da prostituição na China, ela briga pela legalização do casamento homossexual há mais de uma década. Como parte da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, um órgão político que se assemelha à Câmera Legislativa, Li Yinhe submeteu propostas de legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo várias vezes desde 2003, mas nenhuma foi aprovada. Aposentada como professora e pesquisadora universitária, atualmente ela defende suas propostas online e escreve um livro de ficção sobre práticas sexuais transgressivas.

 

4. Jean Wyllys (Brasil)

O professor universitário baiano Jean Wyllys de Matos Santos ficou conhecido pelo país ao ganhar o Big Brother Brasil, em 2005. Em 2010, foi eleito deputado federal pelo PSOL e mostrou ser mais do que um ex-participante de reality show ao usar sua posição política a favor dos direitos humanos e, principalmente, da comunidade LGBT e outras minorias. Em 2012 e 2013, foi eleito pelos internautas como o melhor deputado federal do país, no Prêmio Congresso em Foco, e já recebeu diversos outros prêmios, de órgãos públicos e veículos de comunicação. Também foi selecionado para representar o Brasil no Programa Visitantes Internacionais, da Embaixada dos EUA, cujo tema era “Direitos LGBT são Direitos Humanos”. Ativista desde antes de sua eleição, Jean Wyllys luta, atualmente, pela aprovação de projetos como o da criminalização da homofobia, que já tramita há anos, e contra projetos propostos principalmente por fundamentalistas religiosos, como o da “cura gay”, em que a homossexualidade poderia voltar a ser tratada como algo a ser “curado” por psicólogos.

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5. Vladimir Luxuria (Itália)

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“Vladi” Luxuria foi a primeira transgênero na Europa a se tornar membro de um parlamento. Além do cargo político, que acabou em 2008, Vladimir é atriz, escritora e apresentadora de TV. Vive como mulher, mas não se submeteu a uma cirurgia de troca de sexo e permanece legalmente um homem, por escolha própria. Vladi tem sido uma forte defensora dos direitos das minorias sexuais e ajudou a organizar a primeira parada LGBT na Itália, em 1994. Há anos tem advogado pela causa do casamento homossexual no país e acusa principalmente a influência do Vaticano pelo atraso nas leis italianas.

 

6. Kasha Jacqueline Nabagesera (Uganda)

Kasha Jacqueline Nabagesera tem combatido abertamente a homofobia na Uganda, onde a homossexualidade é ilegal. Ela é fundadora e diretora executiva da organização Freedom & Roam Uganda, que luta contra a discriminação de gays, lésbicas, bissexuais, transgêneros e intersexuais num dos lugares mais intolerantes do mundo. Por causa de seu trabalho, tem sido ameaçada e agredida verbalmente e foi obrigada a fechar as portas do seu bar em Kampala, o único estabelecimento abertamente LGBT do país. Ainda assim, Nabagesera permanece no embate junto com sua organização, promovendo conscientização da população, aumentando a visibilidade midiática das questões de minorias sexuais e trabalhando com lobby local, nacional e internacional.

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O vídeo está em inglês, mas dá para ter uma ideia dos perrengues que os LGBTs passam em Uganda
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7. Nikolay Alexeyev (Rússia)

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Jornalista, advogado e ativista, Nikolay Alexeyev (também escrito AlekseyevAlekseev ou Alexeev) é fundador e organizador da parada LGBT de Moscou, que todos os anos enfrenta problemas com o governo, a polícia e protestos homofóbicos. Participante de várias organizações LGBT, Alexeyev é também vice-presidente do Comitê do Dia Internacional contra a Homofobia e a Transfobia. Ao longo dos anos, vem tentando organizar eventos e reuniões públicas para as minorias sexuais em seu país, pelas quais já foi preso seis vezes. Também vem batalhando contra a homofobia e por mudanças na legislação vigente, que, entre outras coisas, proíbe os homossexuais de doarem sangue e de se casarem.

 

8. Joël Nana (Camarões)

Joël Gustave Nana Ngongang é um líder africano do movimento LGBT e ativista no combate à contaminação pelo vírus HIV. Participante de várias organizações, ele não resume sua atividade ao Camarões, mas também leva seu trabalho para vários países da África, onde advoga contra leis homofóbicas, violência contra gays, lésbicas, bissexuais, transgêneros e intersexuais, além de liderar campanhas de prevenção contra a Aids, com foco na população homossexual.

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9. Rodney Croome (Austrália)

Rodney Croome é atual diretor nacional do Australian Marriage Equality, uma organização que luta pelo casamento homossexual na Austrália, onde atualmente somente a união civil é legalizada. Além disso, Croome é porta-voz do Tasmanian Gay and Lesbian Right Group (grupo pelos direitos de gays e lésbicas da Tasmânia) e um dos fundadores da Australian Coalition for Equality (união australiana por igualdade). Entre as várias ações das quais fez parte para conscientização e combate à homofobia, destaca-se a bem-sucedida campanha que liderou para descriminalizar a homossexualidade na Tasmânia, a qual era proibida por lei até Maio de 1997 e passível de ser punida com até 25 anos de prisão!

 

10. Cyndi Lauper (Estados Unidos)

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A famosa cantora e compositora norte-americana é um dos símbolos do país na luta por direitos LGBT. Nos últimos 30 anos, Cyndi Lauper colaborou com inúmeras campanhas em prol da causa e interpretou várias músicas que abordavam o tema. A mais conhecida é a aclamada “True Colors”, em que canta sobre diferenças e aceitação. Além de fazer tours em que parte do dinheiro arrecadado era doado para a Campanha de Direitos Humanos, Lauper também advogou contra a homofobia e a transfobia e, inclusive, esteve presente na Casa Branca quando o Presidente Barack Obama assinou o Ato Preventivo contra Crimes de Ódio. Nele, os ataques cometidos contra uma pessoa por causa de sua orientação sexual ou identidade de gênero, se tornaram, por lei, reconhecidos como crime de ódio e passíveis de punição segundo tal legislação.

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Imagens: Wikimedia Commons

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