Barbara Axt
A revolta começou aos poucos. Em janeiro deste ano, eletrodomésticos na cidade italiana de Canneto di Caronia começaram a pegar fogo. Dias depois, a audácia aumentou: máquinas de lavar, geladeiras e até mesmo carros começaram a pegar fogo. A rebelião incluiu até reforços do mundo dos móveis, como sofás.
A energia foi cortada e homens da ciência foram recrutados. Em março, Canneto foi evacuada por um mês, o que interrompeu os incêndios. Mas em abril tudo recomeçou. Aqui vai a explicação mais provável para os cientistas:
1) Canneto fica na Sicília, em área próxima ao vulcão Etna. Abalos sísmicos podem ter criado canais subterrâneos de magma sob a cidade. Os canais produzem gás metano, que sobe pelo solo e pode ficar acumulado nas casas. Gás metano é inflamável e basta uma faísca para pegar fogo.
2) As faíscas podem ser causadas pelo interruptor de um eletrodoméstico. Mesmo fora da tomada, os aparelhos continuam carregados de elétrons por certo tempo.
3) No caso dos móveis, muitos têm armações metálicas. Ao se sentar sobre um colchão, você pode fazer as molas entrarem em atrito e produzir uma faísca.
4) O clima seco favorece ainda a produção de eletricidade estática. Por isso os incêndios pararam quando a cidade ficou vazia e recomeçaram depois.