Por quase dois anos, essas araras – azuis -do- Pantanal, ameaçadas de extinção, levaram uma vida de casal, no Parque Ecológico de São Carlos, interior paulista. Namoravam e até faziam ninho, mas não botavam ovos. Então, começaram a brigar. Desconfiados, os responsáveis pediram a um especialista a identificação sexual das aves. Afinal, nessa espécie, casais não costumam brigar. Além disso, macho e fêmea parecem idênticos.
Foi o Departamento de Genética da Universidade de São Carlos que desvendou o mistério. Uma análise das células das penas revelou que ambas só tinham cromossomos Z. Ou seja, eram machos. A fêmea, se houvesse alguma, deveria ter o cromos somo W.
A situação não chegou a surpreender o biólogo Fernando Magnani, diretor do parque. “Pares do mesmo sexo são comuns em cativeiro”, ele explicou à SUPER. De acordo com Magnani, não se pode chamar esse comportamento de homossexualismo. Os bichos não chegam a copular. Apenas agem como companheiros.