Cláudia Bayma
Sexo realmente violento – de deixar sem graça o próprio Marquês de Sade – é o que faz um dos vários carunchos, ou besouros, que atacam o feijão. Pesquisas comprovam que o pênis do macho tem uma carapaça de espinhos na ponta só para danificar ao máximo possível a genitália da fêmea. Ela, por sua vez, reage com chutes e pontapés no parceiro, fazendo de tudo para que a transa acabe rapidinho e o estrago não seja tão grande. Mesmo assim, são necessárias longas 16 horas para que a fêmea se recupere das feridas. Com isso, o garanhão assegura que seus genes – e os de nenhum outro macho – sejam passados para a nova geração. Embora não sejam tão agressivos, os cachorros e seus antepassados, os lobos, adotam uma tática parecida: os machos permanecem várias horas ligados à fêmea, depois do ato sexual, para garantir que ela seja fecundada por seus espermatozóides. Se, depois disso, houver outra relação, será tarde: o pai dos futuros filhotes já estará definido. Essa, pelo menos, é a explicação dada pelos pesquisadores Helen Crudgington e Mike Siva-Jothy, da Universidade de Sheffield, na Inglaterra, estudiosos do besouro tarado – cientificamente batizado de Callosobruchus maculatus.