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As maiores explosões do Universo

"Breve, num sistema planetário perto de você" poderia ser um slogan para as supernovas. São eventos tão cataclísmicos que mesmo de longe podem fazer grande estrago na Terra. E tem uma doidinha para explodir bem na nossa cara

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h49 - Publicado em 8 mar 2013, 22h00

Giuliana Miranda

Grandes estrelas têm um destino final explosivo. Quando o combustível que as alimenta se esgota e elas finalmente partem desta para uma melhor, fazem isso em grande estilo: explodindo em forma de supernova, um dos eventos mais energéticos do Universo. Esses episódios são tão poderosos que acabam ofuscando, mesmo que por um breve período, o brilho de toda a galáxia. A partir daí, já dá para imaginar o estrago provocado naquilo que dá o azar de ficar em seu caminho.

Se uma coisa dessas pipocasse bem nas imediações da Terra, a violência da explosão seria capaz de destruir não só o planeta, mas provavelmente todo o Sistema Solar. Para a alegria dos terráqueos, não há registro de astros capazes de tamanha devastação aqui, nessas redondezas. Mas isso não quer dizer que a vida na Terra esteja imune às supernovas.

Junto com a explosão, vem também uma enxurrada de raios gama, um tipo de radiação muito energética que pode ser fatal. Nesse quesito, nossa galáxia tem pelo menos um candidato a ir para os ares em breve: a estrela dupla Eta Carinae, um sistema grandalhão com mais de 150 vezes a massa do Sol.

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Distante 7.500 anos-luz (algo em torno de 71 quatrilhões de quilômetros), Eta Carinae não fica exatamente logo ali. Mas, segundo mostram algumas simulações feitas por cientistas ligados à Nasa, isso pode não ser longe o bastante.

Por suas características, espera-se que Eta Carinae exploda como hipernova, uma espécie de supernova turbinada que irá emitir 100 vezes mais energia do que uma supernova comum. Quando isso acontecer, o brilho será tão intenso que, durante alguns dias, não haverá noite no Brasil e em todo o Hemisfério Sul. Mais preocupante do que a claridade às 3 da manhã, porém, é a intensa radiação gama que será expelida.

“Qualquer planeta que estiver no caminho [direto dos raios gama] terá sua atmosfera ionizada. Isso eliminaria, por exemplo, a camada de ozônio que protege a vida na Terra da radiação ultravioleta”, explica Augusto Damineli, astrofísico do IAG (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP) e grande especialista em Eta Carinae.

Além de provocar queimaduras na pele, os raios UV oriundos do Sol são particularmente nocivos ao DNA. A exposição prolongada pode causar mutações que seriam fatais aos seres vivos. Como se não bastasse, a radiação também contribui para a formação de óxido nítrico, gás que consegue refletir boa parte da luz do Sol antes que ela chegue ao solo. Ou seja: o planeta mergulharia num grande resfriamento global.

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A boa notícia é que esse arroto fatal de radiação ainda pode demorar muito. Dizer que uma estrela está para explodir, em termos astronômicos, significa que isso ainda pode levar bons 30 mil anos. Sem falar que a Terra tem grande chance de sair ilesa (leia ao lado).

Mas, como a Via Láctea tem 200 bilhões de estrelas, é possível que algum outro astro com potencial explosivo tenha passado desapercebido pelos cientistas.

AMEAÇA INTERESTELAR – A Terra está protegida?

Não há dúvida de que, mesmo à distância de 7. 500 anos-luz (cada ano-luz tem cerca de 9,5 trilhões de quilômetros, a distância que a luz viaja em um ano), a explosão da hipergigante binária Eta Carinae pode estragar as coisas para a vida na Terra. Para que isso aconteça, contudo, a rajada de raios gama disparada no momento do colapso precisa sair exatamente na nossa direção. “Felizmente, o eixo de rotação de Eta Carinae, por onde ela dispararia seu tiro de raios gama, está a 45 graus de nossa direção. A menos que esse eixo mude de direção, não é disso que nós vamos morrer”, tranquiliza Augusto Damineli, astrônomo da USP. Apesar do bom prognóstico, o astrofísico ressalta que uma mudança repentina provocada pela interação da estrela maior com a estrela menor do sistema ainda pode acontecer. “Quanto mais tempo demorar a explosão final, mais incerta é a direção do feixe letal de raios gama”, diz ele.

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Imagem: NASA / Domínio Público

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