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“Baseado em ciência”: termo é banido de agência de saúde dos EUA

Além dessa, a administração norte-americana também proibiu “vulnerável”, “direito”, “transgênero”, “feto”, “baseado em evidências” e “diversidade”

Por Gabriela Ruic, de Exame.com
18 dez 2017, 18h47

Em um movimento surpreendente, a administração do presidente Donald Trump editou uma lista composta por sete palavras que estão banidas de serem usadas nos documentos orçamentários do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC). A informação veio à tona no fim da tarde de ontem, divulgada primeiro pelo jornal The Washington Post.

Segundo a publicação, funcionários da maior agência de saúde pública dos EUA receberam a notícia durante uma reunião com o alto escalão que durou 90 minutos. A partir de agora, os seguintes termos não poderão ser usados na edição do orçamento do CDC para o ano que vem: “vulnerável”, “direito”, “transgênero”, “feto”, “baseado em evidências”, “baseado em ciência” e “diversidade”.

No caso dos termos “baseado em evidências“ e “baseado em ciência”, uma fonte ouvida pela publicação disse que os oficiais ofereceram uma alternativa: “O CDC fundamenta as suas recomendações em ciência e em consideração com os padrões e desejos da comunidade”. A reação dos presentes, continuou a fonte ao jornal, foi de incredulidade.

O CDC é composto por vários escritórios que trabalham com temas cujas palavras banidas são de extrema relevância, como aqueles focados em saúde sexual e reprodutiva. Uma das pesquisa que a agência conduz especificamente sobre o vírus da Zika é sobre o desenvolvimento da doença em fetos. Não há sugestões de outros termos a serem usados nestes casos.

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Organizações de defesa de direitos das mulheres e da comunidade LGBT reagiram à notícia. Segundo a porta-voz da Planned Parenthood, instituição que foca em cuidados de saúde reprodutiva, disse que “está mais claro do que nunca: essa administração desdenha da saúde das mulheres, da população LGBT e da saúde desde o dia 1”.

“Como vamos lutar contra o Zika ou melhorar a saúde para as mulheres e os fetos se não podemos usar essa palavra?”, questionou.

“Fingir que as pessoas transgênero não existem, e permitir que isso influencie a pesquisa em saúde pública e prevenção é irracional e muito perigoso“, disse Mara Keisling, diretora do Centro Nacional para a Igualdade Trans. “A administração Trump está cheia de negadores da ciência que não deveriam chegar perto do sistema de saúde. Eles vão matar americanos”, continuou.

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A questão causou polêmica nos Estados Unidos e a gestão republicana voltou a ser comparada com a distopia 1984, do escritor George Orwell. Publicado em 1949 , o livro trata de uma sociedade nos quais fatos são distorcidos e o Ministério da Verdade fica encarregado de determinar o que é falso e o que é verdadeiro. Desde que Trump assumiu a presidência, a obra é presença frequente na lista de “mais vendidos” na Amazon.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Exame.com

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