Bebê com três pais biológicos nasce na Ucrânia
A criança foi concebida com o DNA do pai, da mãe e de uma doadora que cedeu parte de seu óvulo.
O bebê, que foi concebido com os genes dos pais biológicos e o óvulo de uma doadora, nasceu no dia 5 de janeiro em Kiev, na Ucrânia. Durante 15 anos, o casal, que é infértil, tentava engravidar com técnicas de fertilização in vitro – mas sem sucesso.
A criança é fruto de uma nova técnica, que usa a transferência pronuclear. O óvulo da mãe foi fertilizado com o esperma do pai, mas o núcleo foi transferido para o óvulo de uma doadora (que teve o núcleo original removido). Assim, o embrião foi composto pelo material genético do casal mais uma fatia de 0,15% do DNA da doadora do óvulo – uma porção pequena, mas suficiente para dizer que a criança tem três pais biológicos.
A técnica seria uma alternativa para mulheres que sofrem com problemas de fertilização, como a parada embrionária – quando feto para de se desenvolver no estágio inicial da gestação. Segundo o diretor da clínica em Kiev, Valeriy Zukin, cerca de dois milhões de mulheres no mundo tentam ter um bebê por fertilização in vitro. “Destas, 1% não conseguem desenvolver os embriões”, explicou.
A criança ucraniana não é a primeira a nascer com o DNA de três pessoas. Em setembro de 2016, no México, médicos deram a vida ao primeiro bebê de “três pais”. O método, com algumas diferenças, tinha o objetivo de corrigir uma doença genética, a síndrome de Leigh, que afeta o sistema nervoso em desenvolvimento.
Apesar da experiência bem-sucedida, especialistas pedem cautela.. “É preciso precaução e avaliação antes do uso generalizado dessa tecnologia”, alertou Yacoub Khalaf, diretor da Unidade Concepção Assistida do Guy’s and St Thomas’ Hospital, em entrevista ao site Science Media Center. Segundo ele, o tratamento, se aplicado em grande escala, pode desencadear doenças genéticas graves.