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Britânico de 10 mil anos atrás tinha pele negra e olhos azuis

Analisaram o DNA do homem de Cheddar, o esqueleto humano mais antigo da Inglaterra. E descobriram que ele não foi tão branco quanto se especulava.

Por Bruno Vaiano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 7 fev 2018, 17h48 - Publicado em 7 fev 2018, 17h40

O esqueleto completo mais antigo já encontrado na Inglaterra pertenceu a um homem negro de olhos azuis, com cabelo castanho escuro ondulado. É o que revela uma análise genética divulgada hoje pelo Museu de História Natural de Londres. Com base nos resultados, a dupla de artistas forenses (e gêmeos) Alfons e Adrie Kennis criou um escultura de sua cabeça, que você vê acima. 

O homem de Cheddar é um dos fósseis mais famosos do mundo. Viveu há mais ou menos 10 mil anos, e seu esqueleto foi encontrado em 1903 numa caverna próxima ao vilarejo de Cheddar, na Inglaterra – onde, como você provavelmente já adivinhou, o queijo homônimo foi criado.

Ao longo do século passado, vários cientistas já haviam tentado reconstituir o rosto do mais idoso dos ingleses a partir do formato de seu crânio. Em todos os casos, a pele saiu branca como uma folha de papel. Era uma aposta, é claro. Sem dados genéticos, não dá para precisar a cor de alguém que já morreu. Mas havia razões evolutivas para pensar que os branquelos se deram melhor no clima da Europa assim que o Homo sapiens chegou por lá, mais de 30 mil anos antes do Cheddar Man.

“Até pouco tempo atrás, os cientistas sempre consideraram que o ser humano se adaptou rapidamente para ter pele mais clara quando chegou à Europa, há 45 mil anos”, explicou em comunicado Tom Booth, líder da pesquisa. “Pele mais clara é melhor em absorver radiação ultravioleta, e ajuda com a vitamina D em lugares com menos luz solar.”

Cheddar Man tinha 1,66 m e morreu com cerca de 20 anos. Pertencia a uma das primeiras levas de caçadores coletores a ocupar permanentemente a ilha da Grã-Bretanha – 10% dos ingleses contemporâneos carregam seu genes. Sua mistura única de traços tradicionalmente atribuídos apenas a negros ou a brancos atesta os erros científicos no conceito da “raça” adotado hoje.

“Nossas descobertas levam a crer que olhos claros surgiram na Europa bem antes da pele clara ou cabelo claro, que só viriam depois, com chegada de povos fazendeiros”, afirma Booth. “Nós não podemos supor coisas sobre a aparência das pessoas do passado com base em sua aparência no presente. As combinações de características que estamos acostumadas a ver hoje [como cabelo crespo com olhos escuros, por exemplo] não são fixas.”

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