Desconto de até 39% OFF na assinatura digital
Continua após publicidade

Cachorros são ameaças a tartarugas marinhas em todo o mundo. Entenda

Ovos em ninhos na praia viram alimento para cães que caçam para sobreviver – e isso é um problema para a conservação desses répteis ameaçados de extinção.

Por Bela Lobato
Atualizado em 2 jul 2024, 19h03 - Publicado em 2 jul 2024, 19h00

Em 2010, pesquisadores começaram a documentar as cenas tristes que encontravam no litoral do nordeste brasileiro: tartarugas destroçadas e ensanguentadas. As pegadas e marcas de dentes denunciavam os responsáveis: cachorros. E o cenário se repete nas praias da Grécia, da Indonésia, de Cabo Verde, de Bangladesh e em todo lugar.

Não era exatamente novidade que os cães se alimentam nos ninhos cheios de filhotes de tartarugas marinhas, ou de vez em quando até com as fêmeas que vêm para a costa para botar ovos. Mas só agora os cientistas começam a compreender o tamanho da ameaça que eles representam para a conservação das espécies. 

Os estudos anteriores sobre o tema não são muito claros. “As pessoas adoram cães. Elas não querem falar sobre o que os cães estão fazendo”, diz Christine Figgener, bióloga marinha da Costa Rican Alliance for Sea Turtle Conservation & Science em entrevista ao site Science.org, que reuniu dados e depoimentos sobre esse problema.

Continua após a publicidade

“Esse é um dos motivos pelos quais talvez não haja tanta literatura publicada sobre o assunto”, continua Figgener. Segundo a Science, a maioria das pesquisas publicadas se concentrou apenas em curtos períodos de tempo e às vezes misturou os dados sobre cães com os impactos de outros animais.

Em algumas partes do mundo, como o Brasil, os cães de rua são uma realidade. Eles nem sempre dependem de humanos para se alimentarem, e também são caçadores. “Normalmente, há cães semi-selvagens ou selvagens onde há um vilarejo próximo, ou onde costumava haver um vilarejo”, diz Figgener.

Em alguns casos, os cães pegam os ovos diretamente da tartaruga, conforme ela bota. A Ilha de Nias, na Indonésia, é um local importante de reprodução desses répteis. Lá, durante a temporada de 2023-24, quase todos os ninhos documentados foram caçados por humanos ou comidos por cães, segundo Hiltrud Cordes, CEO da Turtle Foundation, uma organização de conservação que trabalha na região. 

Continua após a publicidade

Como se tratam de espécies ameaçadas de extinção, a morte de um único espécime adulto pode ter um grande impacto no ecossistema. Aquele único adulto poderia gerar dezenas, até centenas de filhotes em vida. 

A predação de ninhos de tartarugas-de-pente, criticamente ameaçadas de extinção, na praia de Chiriqui, Panamá, permaneceu relativamente constante entre 2013 a 2023, apesar das repetidas intervenções de ONGs. As taxas de predação atingiram o pico em 2014, com 49%, mas continuam altas até hoje: em 2023, quase 30% dos ninhos foram levados por cães. Os dados são da ONG Sea Turtle Conservancy.

“30% de uma espécie criticamente ameaçada de extinção em uma das praias mais importantes de qualquer lugar é muito”, diz David Godfrey, diretor executivo da Sea Turtle Conservancy em entrevista a Science.org. “Isso prejudicará a recuperação da espécie.”

Continua após a publicidade
Compartilhe essa matéria via:
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 6,00/mês

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 14,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.